Como lixar o Sousa e trazer de volta o ferry Madeira - Continente



V enho fazer um exercício de raciocínio para que fique claro, a todos, a dualidade de interpretações para a mesma situação. Comecemos pela Continuidade territorial:

Estatuto Político-Administrativo da Região Autónoma da Madeira
TÍTULO I - Princípios fundamentais
Artigo 10.º - Princípio da continuidade territorial
O princípio da continuidade territorial assenta na necessidade de corrigir as desigualdades estruturais, originadas pelo afastamento e pela insularidade, e visa a plena consagração dos direitos de cidadania da população madeirense, vinculando, designadamente, o Estado ao seu cumprimento, de acordo com as suas obrigações constitucionais.

Ela não diz que é na relação das ilhas para o continente, entre ilhas do mesmo arquipélago ou entre arquipélagos. Simplesmente deixa em aberto, para assegurar que a lei não é impedimento para colmatar qualquer tipo de  desigualdade estrutural.

Por outro lado podemos ter um segundo nível de insularidade, a dupla insularidade, a que diz a uma ilha que depende do tamanho físico, populacional e de centralidade de outra, num contexto nacional. Como um Porto Santo ou o Corvo.

Os madeirenses acharam e bem, através do seu governo e há muitos anos atrás, fomentar a economia da sua ilha considerada como dupla insularidade, promovendo um transporte marítimo de passageiros que sempre deu perca mas, que não deixou de evoluir desde umas intrépidas lanchas, ao Pirata azul, passando pelos mais diversos catamarans, para finalmente estabilizar a escolha nos ferries em detrimento da velocidade mas para mais passageiros, veículos e carga.

Hoje em dia, ninguém ousa tocar neste assunto, é um tabu, seria uma ofensa aos portosantesses, uma ousadia incorrigível sob todos os aspectos, económico e político, falar dos seus custos, criar uma disputa política, ter a maldade de provar a sua inviabilidade de forma cega, com a simples soma de despesas no negócio do transporte, não vendo o benefício para as gentes do Porto Santo. Os caminhos de ferro portugueses também não são rentáveis ... retire-se da Grande Lisboa e veja-se o caos ...

O ferry entre a Madeira e o Porto Santo é altamente subsidiado, a diversos níveis, porque não é economicamente viável mas, é um dever do Governo Regional porque é um custo para o erário público mas um grande proveito para a economia local. Basta ver como a actividade desertifica no Porto Santo, em Janeiro, com a manutenção do Lobo Marinho ou neste último confinamento por conta do Covid-19.

A maior garantia do ferry com o Porto Santo escapar à política suja, está no facto de haver um interesse monopolista de um DDT do sistema. Tal como se fazem obras absurdas porque é para amigos e não para o povo. O que leva a pensar que, se de hoje para amanhã houvesse um DDT do sistema a apostar, seria bem vindo e haveria solução, criada no quadro da Autonomia, como sempre foi "no interesse da Madeira" por presença de um DTT ... então daria emprego ...
Sou levado a pensar que, o dono do DN tem um Diário para aparecer como "boa pessoa", para se beatificar e chegar aos céus aceite pela opinião pública, que o odeia, por ser um DTT que carrega nos custos de tudo através do seu negócio hiper rendilhado, para sacar o máximo, enquanto operador portuário, armador, transitário, camionista, reparação de contentores, serviços de frio, amarração, central logística, etc. Porque haveria ele de não destruir o ferry Madeira - Continente? Mas, o dono do JM, é outro DTT com os mesmos instintos mas noutras áreas, se bem que tem hotéis na Madeira tal como o magnata dos portos no Porto Santo, contudo ainda não investiu num ferry. Tendo até um vice-presidente por sua conta, que deseja chegar a presidente da região, porque não arranjar um esquema altamente subsidiado, como o primeiro, e ligar finalmente a Madeira ao Continente, com todas as mais valias que isso traria. Em vez de se enfrentarem nos jornais, o senhor Avelino teria aqui o xeque-mate a um DDT que não serve a Madeira ... chula ... e, assim, o senhor Avelino daria a mais importante estocada para a reposição da sua imagem pública que vai pelo mesmo caminho do senhor Sousa.

É porque, tendo a continuidade territorial em mente e na sequência do desfecho do ferry para o continente, posso sugerir, só para atentar as almas ardilosas, que a política de transportes marítimos de passageiros deve ser linear para os ferries, sem qualquer dualidade, o ferry do Porto Santo deve ser pago pelo Governo Central de Costa e, se não paga, deve-se extinguir o serviço marítimo de passageiros com o Porto Santo, com as mesmas contas de merceeiro que provam que é um custo e não é viável. O PSD-M, sempre em favor da Madeira e dos madeirenses deitava culpas a Lisboa e acabava-se o assunto e o "despesismo".

Senhor Avelino, faça xeque-mate, tem tudo! É ou não o verdadeiro Presidente Sombra da Região? Daria mais rendimento aos madeirenses evitando custos acrescidos, de frete e sobre os produtos, melhoraria o nível de vida de todos, traria mais turismo e eventos para os seus hotéis em exclusivo! Já pensou como a carestia do transporte aéreo e as suas condicionantes lhe podem trazer uma mais valia para os hotéis ... ultrapassando a concorrência? Todos os empecilhos inventados até hoje na dualidade de abordagem aos ferries desapareceria. O Governo Regional inventaria uma solução para si e a promessa de 2015 de Albuquerque seria resolvida. Vá desbobinando! Não se esqueça que, entrando no negócio do mar é preciso despachar o monopólio dos portos. Seria ultrajante o Sousa ficar, como previsto, com o negócio de muitos milhões da Pontinha e realizar a amarração do seu ferry. Ou não sabe que as obras na Pontinha de tetrapodes e alongamento é para ele ter a papinha feita?

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 12 de Junho de 2020 11:13
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