As barbaridades do Turismo


B om dia "CêMistas", li o artigo desta manhã, parabéns por recordar. Para quem não sabe, aquele é um levantamento das fragilidades do destino Madeira realizado pela KPMG, um trabalho em consonância com a realidade, realizado em 2014 e entregue em Janeiro de 2015 mas, mais uma vez, os estudos devem ser para alimentar alguém porque ninguém faz caso.

Queria fazer algumas umas observações para além das outras:

  1. Reparem que a perfomance do turismo da Madeira é sempre em linha descendente há vários anos e agora, como em quase todas as "desgovernações" da nossa Autonomia, sofre um "reset" por conta da pandemia mas, atenção, os erros e as pessoas serão os mesmos, o nosso Turismo é um covil de amigos e a APM está muito atrasada em relação à capacidade dos outros. Não é só por fraco investimento na promoção, é que o pouco está errado, basta ver a celeuma da Marca Madeira.
  2. É incrível que, cada vez mais, o turismo seja escasso e a liderança do Turismo na Madeira encolha a cabeça entre os ombros e permita que se continue a construir cada vez mais hotéis enormes que vão fazer dumping para encher e naturalmente matam os outros que têm que retirar rendimento de poucos quartos. O Turismo da Madeira está a matar postos de trabalho no Deve/Haver da contagem, é metira que grandes hotéis criam emprego, roubam uma parte do know-how e desaparecem com o resto.
  3. Estamos a rumar para o turismo de massas por conta dos DDT's, sem capacidade de intervenção do Governo, rendido aos interesses dos seus mandantes (os DDT's) que para além de atentar os interesses do destino recebem isenção de impostos e a permanente promoção do GR a eles. No Turismo também existe hotéis de segunda e terceira, os desconsiderados. Nós não temos argumentos no turismo de massas, vão nos passar o cilindro desde as Canárias e costa/ ilhas  espanholas no mediterrâneo.
  4. Estão a dar cabo do conceito de quintinhas da Madeira, uma solução para manter a nossa arquitectura que, isso sim é interessante ao turista, a qualidade do serviço, a sua viabilidade e a sua manutenção. O Turismo da Madeira está a implementar o erro dos centros comerciais que desertificam a cidade.
  5. Os novos patos bravos do turismo e aqueles que já eram patos bravos, não respeitam a arquitectura existente nem dimensionamento. A chaminé da Insular estava em projecto, depois de aprovado deitaram abaixo que não estava segura. Mentiras descaradas e falta de vontade em manter. Tudo se permite.
  6. Se tudo isto não bastasse, aprovam loucuras e depois dizem que cheira mal, verte para o mar sem tratamento, o saneamento básico não aguenta. A ARM vai mesmo cortar a água ao município do Funchal? Com o Calado candidato perante os seus calotes do passado? E vão passar umas mangueirinhas de água aos hotéis amigos?
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 10 de Maio de 2021 10:48
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