A ntes de se poder dizer que havia Covid-19 na Madeira e que até morriam, a expressão código era morte por cardiorrespiratória. Morriam na rua e em casa, muitos. Passamos essa fase e os hospitais estão preparadíssimos para receber doentes mas, já lá vai a segunda morte por Covid-19 em casa. Pergunto-me como é que se pode morrer de Covid-19 em casa? Não está detectado nem tratado? Mandam para casa? Menorizam o estado dos doentes porque há outros piores? É um verdadeiro enigma. Mas então o hospital não estava preparado e com mais camas?
Mas não é tudo, quando já poucos acreditam que não haja contágio comunitário, o silêncio e a omissão é impressionante. A Comunicação Social assume agora a posição de Pedro Ramos nas célebres conferências de imprensa da primeira vaga que se tornaram ridículas agora, por não existir na segunda vaga muito mais grave. Neste momento ninguém dá a cara e a empresa de comunicação já não domina?
Mas, continuamos. Parece que há duas frentes, uma dos políticos que fazem política e podem lixar a vida de quem diga a verdade e outra, com o corpo médico que, subordinados a eles, têm que permitir que a população continue desinformada por causa da lei da rolha, observando maus exemplos que retiram a força da informação séria. Sem dúvida que a aflição da economia ajuda a prevaricar, os "apoios" são outra coisa ridícula para a dimensão e número de casos que não são acudidos ou elegíveis. Ler André Barreto é uma pequena amostra (link).
Depois da comédia e do instinto predador dos momentos popularuchos, os políticos vêem isto quente e vão desaparecendo de fininho, para não ficar com o ónus. Ficam a falar os que nada têm a ver com a Saúde, até que algum ainda a medo põe a mão no ar ... posso? Curiosamente, a coisa vai assentando pelo prisma certo dos médicos a falar pela bitola que importa.
Durante Novembro e Dezembro, gente consciente, que sabe fazer contas e prever, tinham alertado para não se fazer festejos de Natal e Fim de Ano. Depois, grande parte dos países da Europa tomaram a época como de baixa produtividade e máximos convívios para adoptar uma estratégia de confinamento. Aparentemente parece não ter resultado ... desenganem-se ... o Covid-19 de segunda vaga, com a nova variante, foi intenso. Tudo poderia ter sido muito pior, para não dizer catastrófico. Ainda assim, a Madeira esteve ao sabor da sorte e da política e, o seu isolamento fruto da incompetência política, com cruzeiros e aviões, foi uma sorte.
Na Madeira, muitos associados ao poder e em tom jocoso diziam que não se podia cancelar contratos (fogo e iluminação) quando alguns sugeriram distribuir o dinheiro pelos necessitados, neste mesmo governo que mandou a Constituição às urtigas na primeira vaga e fez o que entendeu. Num claro problema de Saúde Pública invocaram um contrato, talvez o mais aldrabado, anualmente, pelo GR com constantes reparos do Tribunal de Contas. Para mim, mais do que dar festa aos madeirenses, o GR quis proteger a hotelaria com alguns ganhos em época alta, ... aos que estavam abertos, seus amigos, os que cai a máscara no abuso de poder que praticam na região, manipulando o GR como querem, e agora têm um mamute que prevaricou com todos menos com o Covid-19.
Por estes dias e próximos, estamos a ver os ganhos desta inconsciência, de pensar que ainda não queriam fechar escolas ...
Nestes tempos, os verborreia, gabarolas, voz grossa e insultuosos, desapareceram com a sua arrogância, insolência, topete e remeteram-se á sua insignificância. Nada valem na prática em momentos de crise, só para tempos de vacas gordas na redoma da Assembleia. Chegou a hora do Governo ver que daqui não retira popularidade, percebendo que quem trata das doenças são os médicos e que já fizeram política a mais na Saúde com o tachismo. Encostem às boxes.
Por muito que queiram contrariar, isto não está controlado e está em contágio comunitário, exige-se a responsabilidade de todos e que os políticos se calem de vez!
Quando lhes chega à pele todos sabem fugir ...
