O exemplo da BBC

 

A BBC e valia do anónimo.

A quilo que as entidades oficiais, aeroportos e companhias de aviação diziam não estava a bater certo. Havia caos e caos é desorganização, profunda desordem, mas ninguém sabia a dimensão, dizer-se caos não é o suficiente. No caso do Reino Unido a BBC foi à procura e foi indagando, como na Madeira, só encontrava a "lei da rolha".

Perante a situação, a estação de TV começou a pesquisar pelos funcionários do handling que, em abono da verdade, são como as crianças no seio familiar que são umas inconvenientes de primeira a dizer as verdades (no bom sentido). Não sei se para ter menos trabalho ou mesmo para evitar chatices aos passageiros, um funcionário do handling do aeroporto de Heathrow disse à BBC que "os viajantes devem evitar despachar uma mala, pois o caos é ainda pior do que parece". 

Os passageiros odeiam atrasos e cancelamentos, mas a maior ansiedade da maioria destes é esperar pela sua bagagem no tapete, a ver se a mala fez viagem com eles. Arrancar férias sem mala não é agradável. A BBC conferiu, em certos aeroportos, que embora o passageiro esteja ciente do risco, a maioria ainda subestima probabilidade de sua bagagem desaparecer. Os bagageiros de Heathrow, alguns com mais de doze anos de casa elucidaram quão caótico é o trabalho no aeroporto neste momento, muito pior do que os problemas enfrentados aquando da explosão do vulcão islandês em 2011.

Já se sabia mas confirma-se, há falta de pessoal, não há carrinhos de bagagem suficientes no terminal e no handling para a quantidade de voos, a tecnologia e sistemas estão desatualizados. Entre outros.

O que importa é que a BBC chegou à verdade e à dimensão pelo anonimato, de pessoas e de fotos passadas. Até de malas para abate teve conhecimento, para lixeiras, umas sem razão e outras por maus hábitos dos passageiros à mistura, malas com bens perecíveis e que iam contra as regras alfandegárias, explodiam junto das outras pelo calor e putrefação. Quando foi descoberto este pormenor, os passageiros foram autorizados a visitar os armazéns para procurar pelas suas bagagens, contudo, os jornalistas foram impedidos de entrar nas instalações. Então a consulta passou a ser ao passageiro anónimo.

Contei isto que li porque na Madeira há duas questões que a BBC dá ensinamentos, primeira, anónimo não é de se diabolizar. Os senhores do poder, qualquer que ele seja, que escondem tudo o que de errado há não podem distorcer a realidade. O que dizer da Madeira com a comunicação social vendida ao poder? Vemos só as pontas do Iceberg? A pobreza, todos os dias as autoridades no Pináculo, roubos, violência e vandalismo, abusos nas estradas, ruídos, sinais exteriores de riqueza, de privilégio de não ir ao emprego mas receber vencimento, etc. Quanto a mim, ciente a quem pertencem os órgãos de comunicação social na Madeira, há sempre maneira de dar a volta.

O outro pormenor é relativamente ao nosso aeroporto, que condições tem? Muito poucas. E que Plano de Contingência tem? Fraquíssimo. Eu nem quero imaginar, com a massificação que quiseram, a ausência de condições no aeroporto e de Plano de Contingência, a imagem que vamos ter. E lá está, porque ninguém faz ondas e investiga, vai ser de repente, quando o vento pregar partida por três, quatro dias. Aí descobrimos os podres todos mas não houve notícia para evitar, aliás, nestas condições o nosso secretário do turismo parece uma estrela.

Estimo o vosso papel CM, haja mais anónimos!

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 5 de Agosto de 2022
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