Desigualdade: Madeira a pior do país.

 

O que vemos na rua não são exceções
mas sintomas de uma sociedade em profundamente
desigual em colapso que só a vergonha esconde.

O estado da Região está todo descrito nos censos e, pontualmente, recebe estudos específicos. Os países desenvolvidos caracterizam-se pelo desenvolvimento económico e industrial acompanhado pelo social com um alto padrão de qualidade de vida, disseminado por uma extensa classe média.

Do que conheço, nenhum indicador de consumo de betão ou cimento leva um país ao reconhecimento de "País Desenvolvido" e, até digo mais, também procurei pelo tamanho da dívida e não obtive sucesso nesse aspeto, já que a reduzida dependência financeira é uma das principais características dos países desenvolvidos. Quanto mais procurei para nos trazer para o patamar publicitado na Madeira, mais insucesso tive pois, ter uma economia estável, diversificada, em crescimento mas... que distribui a riqueza conseguida para criar uma extensa classe média, distingue os países desenvolvidos dos subdesenvolvidos. Eu tentei esconder aquele quase de um terço da população que é pobre mas onde? Na rua? Com as pessoas necessitadas e com privações ainda se consegue fazer algo, porque elas são envergonhadas, nem dão muito trabalho. O problema são os números, se calhar vamos ter que trabalhá-los, mas não fui capaz, até porque se fizer como nas estatísticas da Madeira, misturar pobres com ricos, para dar um resultado menos mal, continuamos pobres. Uma coisa é certa, merecemos ser Case Study depois de um pipeline Nord Stream de Euros vazar na Madeira há décadas.

Mas nem tudo está mal! Por exemplo (e felizmente) a exclusão das análises de dados ambientais, ecológicos e de sustentabilidade no Índice de Desenvolvimento Humano esconde a qualidade da nossa educação que, consegue aceitar 47 anos no mesmo modelo, num mundo em constante evolução, num planeta carente de atenção e num turismo que não procura o que já tem no seu país.

Tentei por todos os meios inventar uma narrativa mas esbarrei no acesso à Saúde, com as reais condições de saúde e de qualidade de vida local, mas vi Listas de Espera e de adiamentos de diagnósticos que pioram os estados de saúde da população em geral, aquela que sendo largamente pobre não tem acesso a seguros de saúde ou à medicina privada. Equidade dos níveis de saúde é mentira. Arranje cunha ou então ouça o secretário da Saúde ou a deputada mercantilista.

Com um PIB malandreco, dos que fogem a impostos e branqueiam o dinheiro das suas atividades, tentei uma vez mais diluir a situação para uma narrativa mas, para calcular o padrão de vida, temos que combinar o Produto Interno Bruto per capita com a Paridade do Poder de Compra, o problema é que há por aí um tal de Sousa, que tudo encarece numa região onde tudo importa, a par de um mau poder de compra, porque aqueles poucos ricos não estão dispostos a pagar para além do vencimento de miséria. O funcionalismo público é só para a elite e os jovens estão a fugir de bom grado para a aventura da vida. A baixa diferença de rendimentos entre os mais ricos e os mais pobres é mentira, viva as bolsas de estudo.

É característica de país subdesenvolvido ou em desenvolvimento aquele que enfrenta problemas na estrutura social, económica, democrática e política. Achei por bem esconder este tema para não nos envergonharmos. É que quanto mais tento manipular mais me entalo, raios.

Eu poderia escrever mais um bocadinho mas a capacidade de leitura e interpretação é baixa e a comunicação social dos ricos e do poder já traz mastigado, é melhor irmos para uma festa e votarmos nos mesmos. Isto resolve-se perseguindo todos aqueles que têm a ousadia de tramar o povo superior, a palavra "pobreza" deveria ser criminalizada como a palavra "guerra" na Rússia.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 29 de Julho de 2022
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