Coelho substitui Mudo no discurso da Herdade

 

Coelho, o melhor amigo do cão.
"
Vem, senta, quieto, deita"

O que vão inventar agora? Confessa que pensaste assim! É uma grande coincidência e tudo começa com a consulta do diabo Lúcifer às previsões do Instituto de Pecadoria do Inferno, igual ao outro, nunca dá certo. O objetivo do vosso querido líder do pecado é avaliar a previsão para qualidade dos pecados para poder ir de férias descansado. É importante a qualidade da heresia, sacrilégio, blasfêmia, profanação, perversão, transgressão, violação, erro, falha, delito, infração, crime, ofensa, desvio, etc, que como sabem, na Madeira evolui positivamente, mas a incompetência também está a tomar conta da maldade.

A situação é a seguinte, há uma frente quente a se desenvolver na zona da Praça do Município (futuro Buraco Negro) e que virá "pa arriba", aguardando-se o auge da vaga de calor justamente na localização da Herdade do Chão da Lagoa, numa célula muito agitada denominada por Mudo. Coelho quer reunir a tempestade perfeita e provar como consegue domar a cachorrada em condições difíceis.

Coelho, no final do seu curso intensivo de cariz cívico, para desenvolver melhores habilidades de convívio com humanos através da experiência no canil, teve uma brilhante ideia. Decidiu-se por uma tese prática, à consideração da doutora juiz de estimação, para provar a sua reabilitação. Então propõe-se levar uma matilha para a serra e mostrar como é hábil a domá-la ao ar livre, justamente na Herdade do Chão da Lagoa. Coelho já ensaia as palavras de ordem e faz questão de mostrar os seus dotes passando com a matilha a meio da Festa, sem provocar distúrbios nem haver dentadas:

  • Vamos lá cachorrada, toda junta, (assobios de ordem à matilha)
  • Vai ladrar para o inferno (firme com um cão mal disposto)
  • Bobby calado! (não permitir uma ladrada em coro)
  • Trancada sai de cima da Fifi!
  • Coito acaba com a perseguição à Mimi
  • (Para o líder da matilha) Bem aparecido, porta-te bem senão és substituído.
  • Tás aqui tás a ladrar para o canil municipal!
  • Cadela com o cio sempre à frente da matilha para a cachorrada seguir.
  • Papadas! Prá trás! Não é a tua vez da ração.
E para acabar em grande a sua tese, Coelho decide contar uma história que tem tudo a ver com cães na serra, no lugar do Mudo:

Um pequeno cão vadio passeava na floresta quando se depara com um leão esfomeado vindo em sua direção. Ao perceber o perigo que corria, o cãozinho pensa rápido e começa a roer alguns ossos que estavam no chão. Exclama ele muito descontraidamente:
- Ah, que delícia este leão que acabei de comer!
O leão pára de repente e sai de fininho para não ser alvo da fúria do pequeno cachorrinho. Claro que o cão ficou feliz da vida por ter conseguido enganar o leão. Contudo, ele não contava com um macaco bufo que, do topo da árvore, tinha presenciado a cena e foi rapidamente contar tudo ao leão, seu amigo de infância.
Ao ver a atitude do macaco, o cachorrinho fica desesperado e, antes de pensar em fugir, vê o macaco traidor a aproximar-se com o leão, ainda mais faminto e furioso…
Novamente, ele precisa de pensar rápido e, ao invés de sair a correr, resolve ficar de costas para o perigo, como se nada estivesse a acontecer. No momento em que o leão estava pronto para atacá-lo, ele exclama:
- Sacana do macaco preguiçoso! Vai para meia hora que o mandei trazer outro leão para eu comer e até agora ainda não voltou!

A doutora juiz de estimação, visivelmente convencida da reabilitação de Coelho, leva-o a relaxar o ambiente com uma anedota pedagógica:

Um agente de propaganda à porta de casa é atendido por uma criança. Diz este:
- A mãezinha está?
A criança percebendo a maçada à porta inventa uma forma de cortar o mal pela raiz:
- Está a fazer amor com o nosso cão…
Preocupado e sem saber em que porta da seita tinha batido, pergunta:
- E não haverá perigo da tua mãezinha engravidar?
E o menino responde:
- Não-ão-ão… ão…