A perda da noção de talento

 

E ste é aquele momento em que de uma revista que não se espera muito saem grandes verdades, o que implica me levar a ler e perguntar porquê ali, no que falharam os outros para ver revistas que não fazem o meu tipo. Mas respeito todos apesar da opinião.

Este também é aquele momento em que pergunto porque gente sem valor ou valores é catapultada para a fama porque tem dinheiro ou porque é usado por alguém, as publicações arrastam a asa onde existe ganha pão, assim tipo revistas da especialidade que canibalizam ou parasitam? Assim tipo revistas ou anuários de autarquias onde as melhores são as que pagam? Fiz um esforço para não dar a lambada do Jet7, os Premium destas safadezas.

Porque é que autênticos trastes são vedetas e nem sabem falar português, porque se sobe gratuitamente por ser irmã deste e daquele, porque um filho tem que ser predestinado à sombra do valor do pai, porque alguns que sim merecem a fama por trabalho e valores levam sucedâneos às costas para alimentar o Plano B da comunicação social? Mas também há pais à sombra dos filhos, usam os filhos para o cariz emocional que apaga a sua falta de caráter. E, porque os concursos públicos teimam em fazer vencer quem tem a melhor cunha? Porque quem tem valor e diz o que pensa é afastado do lugar para onde cumpre todos os requisitos? Porque é que errantes têm direito a longas campanhas de esponja no passado e outros do nada carregam defeitos que não têm, só porque foram candidatos? Há gente muito ruim e vendida a traficar na comunicação, anões, barões, "cagões"... influencers sem rosto, com rosto, e à antiga... tráfico de influências.

Anda o mundo desconcertado porque permitimos que gente sem qualidade atinja o topo? YES! E, pergunta-se, onde andam os melhores, sem dinheiro não valem a promoção? Porque não têm dinheiro, corpo ou interesse para serem canibalizados pela comunicação? Sem dúvida que o dinheiro compra a superação fácil, alguns até compram a comunicação social e ajudam a manter um Povo Superior tremendamente bruto que lhes facilita a vida política e empresarial.

Sem dúvida que é o povo que autoriza a qualidade das TV's, Jornais, Revistas, os sucessos com mais likes nas redes sociais, e é por isso vos trago um artigo que era bom que lessem. Obrigado pelo vosso tempo!

Luísa Jeremias "No meu sofá" escreve: 20 de junho de 2022 às 13:08 (link)

A criação de estrelas que não existem

Este é aquele momento em que nos perguntamos: para onde estamos a caminhar? Estamos na era dos chicos-espertos que fazem qualquer coisa para ter mais fama, ganhar mais dinheiro, sem olhar sob si próprio e sob os seus talentos?

Se calhar isto é um problema de idade. Habituei-me a ver grandes atores nos sítios certos. A serem respeitados, a mostrarem e sua arte com as ferramentas – a escrita, a encenação ou a realização para tal. Esta semana estava a ler uma entrevista do Diogo Infante (um desses grandes), responsável pela programação do Teatro da Trindade (um dos maiores e mais conceituados de Lisboa), onde traçava metas ambiciosas para levar o público ao teatro. É difícil, mas não é impossível. Dei por mim a pensar como conseguiria ele fazer isso se vivemos uma época em que se perdeu a noção de talento.

Se a televisão – espelho de um país – está entregue a "peixes fora de água", isto é, a manequins a fingirem que são apresentadores (e entrevistadores, o que é mais sinistro), a influenciadores que passaram de vender produtos nas redes sociais a atores ou (também) apresentadores... Enfim, uma televisão onde vale tudo desde que se grite muito, que se saibam de cor letras de músicas de bailarico e onde o tal talento e o "cada macaco no seu galho" foi substituído por um vale qualquer coisa. Mais um exemplo disso? Numa entrevista, no passado fim de semana, o piloto de ralis Bernardo Sousa, que saíra de competição, admitiu mais um vez que aceitara participar num 'Big Brother' por ideia da agente. O piloto transformado em estrela de reality TV deu-se bem e ganhou. E, na mesma entrevista, acrescentou que agora precisava "aproveitar as oportunidades". Perguntei eu, de mim para mim: quais oportunidades? As que o reality lhe traz? Patrocínios para competir? Por ser vencedor do 'BB' ou por ser um grande piloto?

Este é aquele momento em que nos perguntamos: para onde estamos a caminhar? Estamos na era dos chicos-espertos que fazem qualquer coisa para ter mais fama, ganhar mais dinheiro, sem olhar sob si próprio e sob os seus talentos? Estamos numa era de sobrevivência? De selva? Espero, sinceramente, que o Diogo Infante consiga arrastar os milhares de espectadores que se propõe ao Trindade e que lhes dê "qualidade"; espero ver mais artistas "a sério" na televisão, sejam eles músicos, atores, performers. E espero não me tornar num extraterrestre nesta sociedade "de papel". Que não percebo.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 24 de Junho de 2022
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