A marginal da Calheta


Capa DN-M 24-6-2022

A inda ninguém o disse, mas a quantidade de vezes que prega cagaços e está fechada só não é um Lugar de Baixo por vergonha. Apesar de todo dinheiro empregue e transtornos aos comerciantes, a marginal da Calheta é uma ratoeira com aquela escarpa e a decisão que leva a isto é de quem decidiu desenvolver aquela frente mar "apetecível". Eu compreendo tudo, talvez no medir os prós e contras esteve na base da decisão de desenvolver, contudo aquela escarpa mostra a sua lei.

Durante muito tempo se dizia que dragar areia naquela zona (e dragou-se até mais não poder) fazia com que houvesse deslocações de terra para reocupar os espaços vagos, para assim manter as regras da gravidade e "sustentabilidade". Explicava em parte algumas movimentações exageradas apesar daquele grande bloco de cimento que é a marginal estar assente no movimento geral.

Quanto a mim, apesar da ilusão dos construtores que querem obras e do GR que adora gastar para satisfação "pessoal" de ambos, vejo grande parte daquela frente mar "pior" do que a outra marginal entre a Ponta do Sol e a Ribeira Brava. Nessa, apesar de mais uma obra regressamos ao mesmo, ainda assim sem gente em permanência. Mas sabemos que só a oposição é que faz más obras, a ciclovia, agora o Bom Jesus... Às vezes o bom senso poupa milhões, quando a avidez de demonstrações de força efémera querem vingar. Com a natureza não há comunicação que valha, ela não se importa tal como o vírus.

Apesar de não abrir a boca, acho que a natureza está a comunicar com o Afaquistão. Nem tudo o que vem à rede é peixe mesmo havendo agora jaulas, já hoje em dia colhem plástico mas também nem toda a rede em terra recolhe pedra, isto para dizer que podes espalhar uma imensa malha de rede mas os movimentos naturais da evolução do relevo vão se dar com a trepidação de ondas, camiões, tectónicas (temos vindo a tremer, bulir com pequenos sismos), etc, ou enche de pedra e, em vez de ir caindo vem tudo de uma vez. Acontece, quando deixar de suportar ou as rachaduras e deslizes irem soltando ou fragilizando a rede com o passar do tempo. E há as malditas que até matam fora da rede onde ninguém espera. A natureza vai continuar a comunicar e talvez seja de instalar equipamentos para monitorizar.

A zona é perigosa, com longo currículo, o problema está em que se desenvolveu toda aquela área e não há coragem de devolvê-la à natureza porque seria um Lugar de Baixo da serra para o mar, e a vila está encravada. Percebo. Mas ... vai ceifar mais vidas. Destas sortes ninguém fala, ninguém toma decisões de fundo, quando morrer limitam-se a lamentar e dar pêsames. Mas volto a dizer que percebo tudo, é um comentário para políticos com tomates que... não temos. É preciso desenvolver a vila para outra área mas fica o dilema com o verdadeiro Presidente da Madeira, se entender manda o fantoche derramar mais dinheiro.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 24 de Junho de 2022
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