Um novo aspirador de fundos comunitários criado pela RAM?


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U m dos grandes mistérios da Madeira é serem uns campeões a usar dinheiros comunitários mas a população está cada vez mais pobre e há cada vez menos gente, apesar das crises noutros países que fazem chegar luso-descendentes ou aqueles que vêm cá gozar o dinheiro, a reforma, ou a má vida com um passaporte português. Tanta obra e vanguarda depois, no que se consubstancia esse sucesso apregoado? Classe Média? Cultura? Autonomia com independência e emancipação pessoal? Liberdade?

Não me quero alargar muito nesta abertura mas, tenho outra pergunta, você vê certificações e de novo vanguarda na nossa Saúde, mas você vai ao hospital e acha que confere? As Listas de Espera prosseguem, cada vez mais dinheiro a ser derramado sem resultados. Para onde vai o dinheiro que não resulta em serviço palpável (muito menos qualidade) em vez de propaganda?

Envio, em anexo, um recorte de jornal e o que vou dizer a seguir é possível investigar desde a sua casa. Portanto, agora que o Tribunal de Contas decide processos em rondas de golfe no Santo, espero não ser mais capaz do que eles. Vamos primeiro a um exemplo recente, o PRR, Plano de Recuperação e Resiliência foi desenhado para todos e subentende que é para os que já existiam e passaram mal. O simples facto de só o GR determinar para onde vai a totalidade do dinheiro cria suspeita mas, mais suspeita trouxe quando se inventou uma comissão de acompanhamento das contas e se ignorou a ALRAM. Há poucas horas foi notícia que o Balcão do Investidor viu os atendimentos a aumentar em 230% no Funchal nos últimos dois meses de 2022. Todos sabemos que se criam empresas para levar os subsídios sem qualquer currículo, porque existe comunicação privilegiada com o poder político que decide. As pessoas e as empresas que existiam estão a passar ao lado ...

Mas o Governo Regional é tão glutão que até onde não pode receber fundos está a instrumentalizar empresas para conseguir redirigir. Vamos a um caso: IDEA – Instituto para o Desenvolvimento e Inovação Tecnológica.

Este é o instituto desenhado para "limpar" os fundos do próximo Quadro Comunitário de Apoio onde as entidades públicas não podem concorrer diretamente. Porquê esta atitude em vez de elucidar quem pode recorrer? Para ser elegível não poderiam estar só entidades públicas. Um empecilho. Então juntaram-se estas entidades controladas pelo PSD: 

  • 671000594 – Presidência do Governo Regional da Madeira
  • 511217315 – Câmara Municipal do Funchal
  • 680041982 – Universidade da Madeira
  • 511137753 – APRAM - Associação dos Portos da Região Autónoma da Madeira SA
  • 511010435 – Empresa Electricidade da Madeira SA
  • 511015356 – ACIF -CCIM – Associação Comercial e lndustrial do Funchal – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira

Mas precisavam de ter no processo alguém privado para dar acesso aos fundos e tornar o "Instituto" credível. O que fazer? Arranjar parcerias internacionais? Juntaram então a ENERLAB - Electrical Energy Systems Laboratory - Association, a RMODIS - Association for Research on the Modernization of Industry and Services) e a DHWAL - Digitizing Health, Wellbeing and Active Living Association. O show de que Miguel Albuquerque gosta. Todas elas aparentam ser empresas multinacionais e tecnológicas, dando um cunho internacional ao "Instituto". A vanguarda.

Para fazer cair a máscara a esta tentativa de vender aos madeirenses gato por lebre, tão própria do PSD, e onde o controlo dos meios de comunicação social mata qualquer escrutínio jornalístico, bastou consultar esses nomes ao registo comercial português e o resultado foi o seguinte:

517002299 – ELECTRICAL ENERGY SYSTEMS LABORATORY - ASSOCIAÇÃO (ENERLAB), constituída no dia 5 de Agosto de 2022 e com sede em Almada.

  • Procurador: Guilherme de Oliveira Martins 
  • Sócio: Paulo Alves Figueiras 
  • Sócio: João Francisco Alves Martins

517000849 – ASSOCIATION FOR RESEARCH ON THE MODERNIZATION OF INDUSTRY AND SERVICES (RMODIS), constituída no dia 5 de Agosto de 2022 e com sede no Seixal

  • Procurador: Guilherme de Oliveira Martins 
  • Sócio: Ruben Duarte Dias da Costa 
  • Sócio: Ricardo Luís Rosa Jardim Gonçalves 
  • Sócio: João Filipe Dos Santos Sarraipa

517001799 – DIGITISING HEALTH, WELLBEING AND ACTIVE LIVING - ASSOCIAÇÃO (DHWAL), constituída no dia 5 de Agosto de 2022 e com sede em Almada.

  • Procurador: Guilherme de Oliveira Martins 
  • Sócio: Carlos Manuel de Melo Agostinho 
  • Sócio: Maria do Carmo Correia Marques
  • Sócio: Ricardo Luís Rosa Jardim Gonçalves

Constata-se que são 3 "empresas" criadas no mesmo dia, a metro, pela mesma pessoa (Guilherme de Oliveira Martins), em nome de vários professores universitários de Lisboa que querem participar no festim de fundos comunitários. Não se pode concluir outra situação que não mais uma jogada do PSD Madeira, tendo o Pedro Ramos como cabeça de cartaz, para ir ao bolso dos madeirenses porque usa-lhes os fundos que nunca lhes são destinados. A Saúde real e pública é um belo exemplo. Mas descansem que este governo tem a Madeira e os madeirenses sempre no coração. Nota-se pela pobreza, deve ser do inimigo externo.

A criação de um "Instituto" com os pesos pesados do sector empresarial regional e com empresas recém-criadas em Lisboa, sem que se lhes conheçam critérios, objetivos ou repartição de investimentos, não é uma estratégia nova. Mas gostaria de dizer que antigamente, quando havia concursos e não ajustes diretos, o GR exigia empresas com currículo, agora para as suas jogadas são "empresas na hora". Estará a criação de empresas intimamente ligada à propalada riqueza de alguns, usando a informação e posição privilegiada? Tudo sugere que sim.

Espero que o Tribunal de Contas chumbe este "Instituto" que não passa de um clube de comparsas a organizar um festim no banquete de dinheiros públicos.

O PSD-M faz já campanha com o 2030 como slogan e mostra-se focado no dinheiro e não nas pessoas.

Onde andam os jornalistas, são como os professores universitários? Finalizo com um pormenor, e quem é Guilherme de Oliveira Martins? Pois é ...

Enviado por Denúncia Anónima.
Domingo, 29 de Janeiro de 2023
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