Estrada das Ginjas: Somos todos, um dos dez !!!

 


ESTRADA DAS GINJAS

E ste texto pretende dar a conhecer os contornos e as “ginjas” que o Governo Regional da Madeira coze e condimenta para pavimentar uma estrada em plena Floresta Laurissilva. Floresta Laurissilva da Ilha da Madeira está classificada como património da humanidade pela UNESCO. 

Os madeirenses têm respeito pela natureza e orgulho pela integridade e dignidade da sua herança coletiva e património comum. Valores integrais, nomeadamente o da nossa floresta Laurissilva, não são negociáveis. Não é moeda de troca, muito menos argumento eleitoral ou negociata empresarial. É inconcebível ser argumento ou ativo eleitoral para capitalizar votos autárquicos, seja onde for e para quem for. 

Esta questão, Estrada das Ginjas, é uma questão coletiva, é uma causa comum a todos os Madeirenses e a Humanidade. A decisão unilateral, tirânica e despótica do GR em tentar avançar com as obras em Janeiro p.f. deve ser revertida. 

Os prejuízos são claramente superiores aos benefícios, ora: 

  • Qual a justificação para os prejuízos ecológicos e de perturbação da nossa imagem turística ?
  • Qual é a mais-valia para a rede viária da Madeira ?
  • Quantos “agricultores” beneficiam da pavimentação da estrada das Ginjas ?
  • Em que enriquece, direta ou indiretamente, o concelho de São Vicente ?

Outras considerações:

De acordo com as estatísticas do IPMA, existe uma diminuição de pluviosidade associada a fenómenos meteorológicos extremos, não apenas na região mas a nível global. São óbvias e observáveis as alterações climáticas. 

Preservar a nossa floresta nativa, não apenas pelo seu valor histórico e potencial de captação de água e retenção da humidade mas também pela consolidação dos solos assegurando a contínua proteção das populações do concelho de São Vicente.

A sociedade madeirense, no seu todo, depara-se com a intenção de construção de uma estrada de 10 quilómetros, inútil e destruidora de um ecossistema estabelecido e protegido pela legislação nacional e internacional.

Consideremos que por cada metro de comprimento de estrada serão arrancadas cerca de 10 a 20 árvores e arbustos. Contas finais, contabilizar-se-á o arranque e destruição de cerca de 170.000 a 200.000 árvores, plantas endémicas e outras protegidas. 

O impacto na floresta será óbvio e indisfarçável. 

A zona das Ginjas, possui características que a diferenciam do Fanal (terreno plano e cuja altitude e exposição não permitia a exuberância e luxuria florestal das Ginjas,  ou mesmo noutros locais protegidos (alguns acessos ao Paul da Serra desde o Concelho da Calheta) em que no passado se construíram estradas sempre de forma abusiva e no limite da legalidade.

Igualmente se deverá considerar o cancelamento da permeabilidade hídrica, tal é prejudicial à “saúde” do solo, da vida vegetal e da vida orgânica na sua periferia. 

O cancelamento dessas funções determina a extinção, pela inviabilidade de vida, a uma miríade de microrganismos geradores de diversidade biológica fundamentais para a ecologia, fauna e flora. Igualmente afetará a disponibilidade de água não apenas da zona, mas nos tantos outros cursos de água que alimentam levadas, ribeiros, córregos e por fim nas zonas povoadas. 

Além das espécies vegetais, a fauna local alberga várias aves (fura-bardos, mantas, francelhos, tentilhões, bis-bis, tutinegras, etc.), sendo que, além de zona de nidificação e da simbiose entre as aves e as plantas na dispersão de sementes, algumas destas espécies desempenham um papel importante no controlo de pragas, coelhos e ratos, daninhos para a eficiência e produtividade da atividade humana da agricultura. 

È insignificante o impacto das passagens de veículos 4X4 de turismo se comparados com as centenas/dia de viaturas se ali existisse uma rodovia aberta ao publico.

A pegada ecológica, por efeito das emissões de CO2 determinará alterações no microssistema ecológico de todas as serras das Ginjas e do Caramujo. Serão assim inevitáveis e irreversíveis essas consequências. 

O presidente Miguel Albuquerque criou e desenvolveu um estilo de governo num cenário da irresponsabilidade. O seu “nem dó nem piedade” o “custe o que custar” o “quer queiram quer não” não passam de posturas anedóticas, frívolas e grotescas. Nem o Alberto João, num dia pior, perpetuaria uma imagem tão ranhosa !!!

Ele, presidente do governo, tudo sacrifica para alimentar os seus “clientes políticos” do cimento, alcatrão, projetistas e as atividades assessoras de obras.

Alimentar a voracidade por “dinheiro das obras” sacrificando o nosso património natural é inconcebível.

Será imperdoável se vier a acontecer … !

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Terça-feira, 15 de Setembro de 2020 20:40
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