Uma senhora perigosa, ai o lápis azul.


Há gente que anda a leste do paraíso, este, o da Madeira. O jornalismo também anda calcinado.

H á dias houve uma reunião da CCPJ, comissão da carteira profissional de jornalistas, no Funchal, por sinal pouco participada, porque se calhar os jornalistas desta terra sabem o que andam a fazer, mas qual não é o meu espanto, a senhora não lhes fica atrás.

Comecemos assim, para mim a Lei da Paridade é um nojo, significa que a mulher vem de imposição qualquer que seja a sua qualidade, é degradante para a própria mulher obter um lugar por favor. É igual aos concursos mafiados, sem tirar nem por. E a pergunta põe-se, com este precedente, nas áreas onde os homens não são maioria teremos uma paridade ao contrário? Agora vamos ao jornalismo!

Esta senhora da CCPJ traz a ideia de impor por lei que só os jornalistas possam fazer entrevistas e que, se alguém o fizer fora deste âmbito, é um "criminoso", porque estará a fazer usurpação de funções do ato jornalístico. Portanto rádios e jornais de escolas, bloggers, influencers, etc, passam a "criminosos".

Eu acho que tal como a situação da Lei da Paridade, os jornalistas devem se mostrar profissionais, deontológicos e desde logo acima da média de qualquer um. Devem se distinguir em vez de mostrar a sua fragilidade com protecionismos. O monopolista dos portos e dono do DN deve se estar a rir, um monopólio dos jornalistas. Para quem conhece a nossa realidade, isto já está como está, eu imagino os nossos jornalistas regionais sem terra quente para correr ... a quantidade de fretes que passarão a fazer nas entrevistas.

O jornalismo na Madeira está ruim, e têm sido as redes sociais, os bloggers, etc, a fazer o contraditório, como são mais bem sucedidos por dizer a verdade vão começar a criar uma redoma nos jornalistas? Igual àquela do nosso governo da negação, do perfeito e do prémio, do povo superior? 

Quanto a pretensão desta senhora, num momento em que a deontologia e os editoriais andam pelas ruas da amargura, o mais urgente é definir a lei das incompatibilidades relativamente aos jornalistas. Cargos de poder e propaganda, são duas na mira. O que diz a senhora sobre o vai e vem de jornalistas entre o exercício de sua profissão e cargos de assessores de imprensa no Governo Regional? Alguns estiveram meses a fazer campanha eleitoral e regressaram ao jornalismo, foi a CCPJ que lhes devolveu a carteira. O que fazer aos que descaradamente fazem fretes ao poder?

O CM tem 4 publicações que guardo porque resume muito, deixo à senhora para ler, apesar de ser mais da área da ERC, contudo deve avaliar as suas afirmações perante estes factos:

Cara senhora, está a passar carteira profissional de jornalista ou de publicitários usando o jornalismo? Minha senhora, por contingências várias, algumas de sobrevivência, levar dinheiro para casa, os jornalistas metem-se em encrencas, uns convictos e outros por necessidade. Onde está o seu contributo junto da ERC? Se não há na realidade "verdadeiro jornalismo", e não se iludam com o meia bola e força depois das eleições que não estragam votos, é lógico que qualquer lugar vago é ocupado por outros, daí grande parte da era da informação passar em Facebook, em blogs, tal como informações passam de boca em boca. O que seria do jornalismo sem a divulgação das redes sociais?

Minha senhora, parece que chegou à Madeira e ficou infetada na "culpa dos outros", para pensar o jornalismo não implica falar dos outros. Regulem a atividade jornalística, o que se passa nas redes sóciais e blogues é de âmbito bem diferente. Mesmo que houvesse excelente jornalismo, o povo continua a ter o seu direito de falar na mesa de café, falar no WhatsApp, falar no Facebook, no Instagram, no blog, etc, de entrevistar, de tirar informações, é a comunidade civil no seu direito de expressão e opinião, vivemos em liberdade, não é?

Arrumem as "casas", TVs, jornais, rádios, deem boa formação aos jornalistas, sejam exigentes na carteira profissional porque, para tratar dos jornalistas no emprego, está o sindicato. Deem também condições de investigação para os que fazem mais do que apenas noticiar, que o jornalista seja valorizado na sua função, que ele tenha um código deontológico, que façam a sua função protegidos das forças económicas, políticas, etc, não metam na discussão do jornalismo em Portugal o que se passa na sociedade civil. Onde estão os Conselhos de Redação nos órgãos de comunicação social da Madeira?

Minha senhora, se viesse falar a sério talvez a sala estivesse mais composta! Estes são os problemas. Se não fazem a função alguém ocupa! E pronto, deixei o meu "pensar o jornalismo".

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 19 de Outubro de 2023
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