O temporal e o Funchal


A nossa cidade é uma ratoeira, num dia normal da semana podemos ver como há carros a mais num Funchal que não comporta. A cidade tem uma traça antiga, não se pode pedir muito mais, não pensada para carros mas sim carroças. Dos edifícios, estacionamentos, reboliço de saída de empregos e escolas, saem pessoas e carros para uma cidade atolada na exiguidade, ruas pedonais, ruas fechadas para obras, na má semaforização mas sobretudo a concentração de movimento em poucas ruas estruturantes, no que diz respeito à rede viária.

Todos os dias, com bom tempo, vemos que estamos mal, se a isto adicionarmos previsões de chuva forte, ao revirar de terras dentro das ribeiras para sacar pedras, as más soluções na foz das ribeiras desta cidade e de que no 20 de fevereiro as ribeiras até aguentaram, mas o que houve foi entulho, inertes e água a mais, percebemos que estamos exatamente iguais, com uns crivos a montante e uma capa de betão a cobrir a pedra.

Se um dia a água vier de novo a mais, as pessoas vão se lembrar dos Calcanhares de Aquiles do 20 de fevereiro e vai desatar a loucura para salvar bens, retirar carros e fugir. Se tudo se repetir para pior, com o pânico incutido em cima da hora, não sei se as seguradoras dirão a verdade para não pagar, aí vai ser doloroso o desmontar do segredo. Só temos a prevenção, a previsão e o aviso antecipado. Na natureza o nosso governo não mandam, apesar do hábito de se meter em tudo.

Acho que as autoridades contam muito com o "destino" frequente dos temporais passarem ao lado na Madeira. Aquela rochinha tem essa capacidade. Se falha, serão os responsáveis, com ou sem comunicação social colaborante. Às vezes, o melhor aviso é vigiar por onde andam ...

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 5 de Junho de 2023
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