Adriano Moreira não tem estatura política para este CDS-M.

 

Grã-Cruz da Ordem de Camões, distingue serviços relevantes prestados na salvaguarda e projeção da língua portuguesa, enquanto eixo agregador das comunidades que se exprimem em português em torno do mundo.

S ei que estou velho mas não sei se sou velho, sei que tenho rugas mas o meu pensamento segue igual, felizmente. Se calhar vou ter uma conversa de velho, daquelas que só o velho pode pronunciar porque viveu e tem experiência. Quantos e quantos escrevem para que as gerações vindouras leiam e não cometam os mesmos erros. É o chamado legado.

É agora que vou estragar tudo, fui do CDS, nunca é tarde para aprender, dirão alguns maliciosamente. Burro velho só não aprende línguas mas de história e histórias não esquece, cravadas em cada ruga. Sempre sob a mesma designação, um partido pode mudar muito porque ele é feito por pessoas, digo isto porque um partido pode ser óptimo e péssimo em épocas diferentes. Eu não gosto da "velha senhora" mas gosto da educação, do respeito e do rigor, penso que são virtudes em falta nos nossos dias, a par dos valores.

Feito por pessoas, o mesmo partido sob a mesma designação, pode ser decente com pessoas altruístas na causa pública ou de labregos que resolvem a vida, labregos no sentido pejorativo, porque o CDS foi o partido da lavoura, da pecuária e silvicultura, noutros tempos.

Quando temos pessoas que só pensam em si, é natural que não cultivem ou lembrem quem contribuiu para uma boa era do CDS, de pensadores. Podem ser ícones e só partidos antigos os podem ter como referências. Portanto ser velho não é perder atualidade, é ter rugas. Há novos tão velhos, mais do que velhos, enjeitados. Ter um pensador vivo e ultrajá-lo com pândega é bastante rasteiro. Sobretudo quando não é lembrado.

No dia 6 deste mês, há 3 dias, o advogado e professor universitário de ciência política e relações internacionais, Adriano José Alves Moreira, fez 100 anos. Foi Subsecretário de Estado da Administração Ultramarina de Salazar, em 1959, Ministro do Ultramar, em 1961, até que saiu em 1963. Depois do 25 de Abril, o prof Adriano Moreira aderiu ao CDS, fundado a 19 de julho de 1974. Foi deputado pelo partido à Assembleia da República e chegou a presidente do partido em 1986 onde se manteve até 1988, com Lucas Pires antes e Freitas do Amaral depois. Que era! Voltou interinamente ao lugar, de 1991 a 1992. O prof Adriano Moreira era e é uma pessoa afável e credível, acarinhada na sua terra, voltou a ser eleito deputado para Assembleia da República onde se manteve até 1995, ano em que decidiu renunciar ao mandato. O CDS voltou a se lembrar dele em 2015 para o Conselho de Estado, com Cavaco Silva, onde se manteve até 2019 já com Marcelo Rebelo de Sousa.

Uma pessoa desta dimensão não mereceu do CDS Madeira qualquer referência até ao momento que escrevo (Facebook do CDS Madeira). No dia 6 esteve a tratar de coisas mais importantes, estar com o líder nacional que usa o CDS-M como exemplo de algum poder, no meio de espetadas, bocas para a República e pedidos de demissão, naturalmente com elogios ao Rui Barreto, foi mesmo uma Festa dos Romeiros.

Coligado com o PSD Madeira, este CDS enferma da Peste Grisalha, os idosos também foram bandeira do CDS mas tudo se esquece e não se aprende com a experiência dos antecessores. Talvez por isso e pelo tipo de pessoas que estão no CDS chegamos a este fim. Sim, fim. Salva-se Nuno Melo e o CDS nacional, talvez porque a comunicação social nacional alertou, honrou o homem.

Por cá, o grande desígnio e eixo agregador das comunidades que se exprimem em português é o tacho.

Passar bem, muito obrigado.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 9 de Setembro de 2022
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