O Velho Jarreta


U m amigo meu disse-me para ver esta noite a RTP/Madeira, porque a convidada seria a Drª Raquel Coelho, de quem tive o honroso convite para ser seu mandatário, mas que declinei por outros afazeres, embora fosse o seu número dois, na lista de candidatos, para a Assembleia Regional da Madeira em 2019.  Respondi que já não vejo a RTP/Madeira há quase 10 anos, e não leio os jornais regionais, desde que comecei a ser censurado, quando era deputado independente, eleito na lista do PND, naquela "casa de loucos", como apelidou uma vez o ditadorzeco Bokassa. 

Se era compreensível ser censurado pelo Diário do Sousa (DN), e pelo Jornal do Farinha (JM), porque ponha em causa o posto de trabalho do jornalista que se atrevesse a escrever os ataques que eu fazia no parlamento madeirense, à "máfia no bom sentido", e os ataques que dirigia contra a corrupção na mamadeira, no caso da RTP/Madeira, não fazia nenhum sentido, por ser um órgão de comunicação social público, pago por todos os madeirenses e portossantenses através da conta da luz, e ter um estatuto editorial de independência, plural e livre de todos os poderes, político, económico, religioso e outros. 

Recordo-me de ter participado na Assembleia Regional numa reunião no plenário com os membros da Conselho Geral independente da RTP, que tem entre outras competências nomear o Conselho de administração da RTP, e ter sido muito crítico com o funcionamento da RTP/Madeira, na parte editorial e na informação regional, o que originou no final da audiência, que um membro do referido Conselho Geral Independente, me pedisse que pusesse por escrito as minhas críticas ao funcionamento do canal público na Madeira, o que o fiz com muito gosto, e mais tarde foi publicado no Fénix do Atlântico do meu saudoso amigo Luís Calisto, a 11 de Setembro de 2015 (link).

Quando chegou à hora, liguei para o canal que é conhecido por tele jardim, e o que me sai na rifa, nem queria acreditar, não foi a Raquel Coelho, mas sim, o próprio Jardim. Eu pensei que era uma brincadeira de carnaval, só para me chatear. Era o velho jarreta, como o meu amigo Calisto gostava de o apelidar, o tal que nos insultou várias vezes e nos chamou "bastardos, para não chamar filhos da puta". E quando dei por mim estava mentalmente a falar com o antigo director do diário no tempo do Blandy e antigo director da RTP/Madeira. E dei por mim a dizer ao Luís Calisto: "olha já se passaram estes anos todos e o rei da tabanca, como o apelidavas também, continua a mandar naquela merda toda". O Calisto deu-me uma sonora gargalhada! Eu retorqui: "olha o melhor é irmos beber uma bijeca ao Vera Cruz"!

Depois seguiu-se um momento de hesitação, mudava de canal ou esperava pela entrevista a Raquel Coelho. Mas quando dou por mim estou a lhe chamar todos os palavrões possíveis e imaginários, porque ouvi-o falar no 25 de Abril, a propósito dos seus amigos que estão detidos em Lisboa, Pedro Calado, Avelino Farinha e Custódio Correia. "O 25 de abril fez-se para defender os direitos do homem, para defender a liberdade, para defender os direitos dos detidos" dizia ele. Comecei a falar sozinho, então o gajo que nunca comemorou o 25 de Abril, aliás, de uma forma jocosa comemorava o 26 de Abril, ou o 25 de Novembro, e não comemorava o 25 de Abril, porque tinha boas lembranças do Estado Novo e de ter escrito na Voz da Madeira textos a elogiar o fascismo salazarista, só poderia estar agora a glorificar o 25 de abril porque anda com "os tin-tins" bem apertados. Será que a justiça faz uma retrospectiva do que foi os últimos 47 anos de Mamadeira? Aí vai ficar mais gente com as calças na mão!

Para a Raquel Coelho, és uma lutadora.
Valeu a pena esperar para te ouvir falar. Um beijinho!

Dionísio Andrade
Jornalista

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
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