Dom Quixote e Sancho Pança


N um longo artigo publicado, hoje, no pasquim da Mamadeira (JM), intitulado “O Caminho é para a frente!”, Sancho Gomes, Diretor do Centro das Comunidades Madeirenses, tenta dar ânimo às tropas desmoralizadas do PSD, e lembrar que é em momentos de “crise” que podem surgir grandes “oportunidades” para a mudança. 

Sem nunca abordar o “elefante na sala”, numa longa dissertação filosófica pseudointelectual, Sancho, anda em círculos, sem nunca explicar qual a legitimidade política que um Governo pode ter, para permanecer no poder, quando a sua estrutura, a começar pelo topo, está envolta num escândalo de corrupção de níveis inimagináveis. 

Sancho Gomes, parece viver num mundo de ilusão como a personagem principal da obra-prima de Cervantes. Compreendo que assim seja, pois nesta ilha “de faz de conta”, encarar a dura realidade de eleições antecipadas é coisa que no PSD querem evitar a todo o custo, tal é o medo de perderem os tachos e privilégios. Mas não se pode dizer que Sancho, não seja um homem de visão, que vê na adversidade uma oportunidade, para, também ele, se posicionar e quem, sabe colocar “em bico de pés”, para um cargo mais alto neste “renovado” PSD que há-de surgir. 

É que este Sancho Pança da Mamadeira não é fiel escudeiro do Dom Quixote caído em desgraça do clássico de Cervantes, este da nossa ilha é mais esperto. Ambição, sagacidade e uma autêntica capacidade camaleónica de se transformar é algo que não falta a este moço que entrou para a política e Governo pela mão de Sérgio Marques, depois de escrever uns textos a elogiar o ex-Governante – entretanto caído em desgraça - e acabou nomeado para o cargo que atualmente exerce.

O extenso currículo deste rapaz, caído de para-quedas no recém-criado serviço das Comunidades Madeirenses deixou muita gente perplexa por não entender como um licenciado em Filosofia acabou em tal cargo. Mas currículo, visão e oportunismo não faltam a este rapaz que iniciou a sua carreira profissional na Câmara Municipal de Évora, como técnico superior na área da educação, conforme se pode constatar na sua nomeação em Diário de República (ver link). 

Humildes começos dirão, mas que são facilmente explicáveis por “razões familiares”, que se prendem com o facto de nesta Câmara o sogro, figura ilustre da cidade e um histórico do PCP, ter exercido cargos nesta autarquia, tal como a mulher, funcionária da dita Câmara (isto de cunhas não é só na Madeira!). Homem visionário, tenaz e ambicioso sabia bem, que se queria subir na vida não era no mais que periférico Alentejo, sobre os auspícios do PCP, que tal iria acontecer, pois filósofos pseudointelectuais, com o dom da escrita, há aos pontapés no Continente… e desempregados. 

Mantendo sempre uma ligação à ilha, Sancho Pança esperou pela oportunidade certa e, em 2015, qual camaleão, salta das planícies desérticas “vermelhas” alentejanas para pastos mais verdejantes no “laranjal” madeirense, cujos meandros tão bem conhece. De caminho, na mesma pernada, a mulher “bijou” consegue também uma espantosa transferência da Câmara de Évora para a do Funchal, onde, poucos anos depois, é promovida a - espante-se – a Chefe de Divisão. (ver link para nomeação). Não se pode dizer que o moço, que se sabe movimentar bem e mexer os cordelinhos certos nos meandros do partido, não tenha tido uma jogada de mestre!

Este rapaz vai longe, tem todas as qualidades para subir na política do “laranjal”. Com um ar bonacheirão, mas que gosta de ser visto como um intelectual, é um autêntico camaleão da política, sabe dar graxa a quem é necessário mas é capaz de “virar a casaca”, caso seja necessário, até a quem lhe arranjou o tacho - como com Sérgio Marques - porque nisto de política só há amigos da “onça” e para as ocasiões. 

Montado no seu “burrito” das Comunidades, Sancho Pança está certamente a olhar para tudo isto como uma “verdadeira oportunidade” de trepar a escada do poder, só tem, mais uma vez, que aguardar pela oportunidade certa. Mas o Sancho Pança da Mamadeira tem de começar a deixar o discurso pseudofilosófico se quer atrair as massas e o povão “vilhão” e passar de quadro tecnocrata a político popular. O menino, que tem orgulho e faz questão de realçar no seu vasto currículo, que foi Presidente “taqueiro” da Casa da Madeira, nos seus tempos de estudante em Coimbra, ponha o seu chapéu de Sancho Pança e os óculos de sol – como naquele vídeo hilariante do PSD de apoio ao Albuquerque que na dada conjuntura não envelheceu bem – e vá para os arraias tirar umas minis de Coral e fazer ponchas que é disso que o povão gosta. 

Link para o hilariante vídeo de apoio do PSD a Miguel Albuquerque com o chapéu 

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 9 de fevereiro de 2024
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