Madeira tão tua?


A ntes de tudo devo avisar o leitor que este texto é um texto humorístico e por isso recomendo que comece já a rir. Como o humor contagia, hoje li um artigo de duas páginas onde se justificava a energia nuclear como a melhor opção para a Madeira. Peço desculpa mas, como me ri tanto, não tomei nota do nome do autor, mas era economista metido em física.

Primeiro há que dar razão ao alegado autor, porque a nível económico realmente as energias renováveis não têm uma produção constante e ainda bem. Se tivéssemos vento durante todo o dia, chuva o ano inteiro e sol à noite, até poderíamos pensar numa produção de energia economicamente viável na Madeira sem habitantes e sem turistas.

Infelizmente o Sol precisa de dormir, o vento é de manias e a chuva é cada vez mais rara, portanto não é preciso ser nenhuma mente brilhante para descobrir que vamos depender por mais uns bons anos dos combustíveis fósseis.

Mas não tenhamos ilusões, a notícia é tudo menos ingénua! Se calhar alguém já está a pensar em ganhar uns milhões com a ideia. Depois do atual Presidente do Conselho de Administração da EEM ter afirmado que a energia nuclear na Madeira padece de um fator de escala e que a energia renovável é a aposta da empresa, surge alguém que tira um coelho da cartola!

E que Coelho! Já estou a imaginar centenas de milhares de turistas visitarem a Madeira para visitar a Central Nuclear dos Estanquinhos, ali mesmo ao lado do Fanal e do Rabaçal. Vejamos o lado positivo, a água quente dos reatores podia servir para os madeirenses tomarem banho e os resíduos radioativos podiam ser utilizados pelo SESARAM para injetar nos pacientes que precisam de um diagnóstico PET. Já estou a imaginar uma frase tipo para a nova promoção da Madeira: “Madeira so Nuke!”

Para os que não percebem de Física Quântica, de um modo simplista existem dois processos para produzir energia nuclear, a Fissão nuclear do átomo e um processo contrário denominado Fusão. O princípio da fissão é o mesmo daquela Bomba que em agosto de 1945 explodiu em Hiroshima e que décadas depois levou Jacques Costeau a sugerir que os resíduos de radioatividade encontrados no Peixe-espada Preto da Madeira estavam relacionados com a explosão de Hiroshima. 

Já a Fusão é prometedora, mas é ainda alvo de muitos estudos e alguns investigadores apontam para meados do século quaisquer conclusões inteligíveis. Não sei porquê, mas esta história faz-me lembrar a história das Algas.

Tenho o Miguel Albuquerque em boa conta e ele já deve ter percebido que se uma estrada no meio da nenhures e um teleférico sobre um vulcão extinto já o faz perder maiorias absolutas, imagine-se o que a notícia da instalação de uma Central de Energia Nuclear na Madeira fará. E não é que nesta confusão toda esqueci-me de referir outras alternativas como o Hidrogénio! Fica para outra vez.

PS: Peço desculpa se com o entusiasmo do tema ofendi alguém, mas que apeteceu, apeteceu!

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 24 de Novembro de 2023
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira