O turismo está a destruir a Madeira. Este volume é insustentável.


C hegaremos ao tempo de 200 metros quadrados de atracção turística ter 3 hectares de estacionamentos Ribeiro Frio (link)? É um exagero, mas penso que ninguém duvidará do que quero dizer. Será que vamos abater a ambiência e o idílico para comportar estacionamentos para tanta gente e acabar por destruir a atração turística?

Começo a ver os guias preocupados e ontem fiquei eu ao ouvir o irresponsável do Miguel Albuquerque a dizer que a Madeira ainda comporta mais turistas. Penso que a teoria serve que nem uma luva à construção. Será que está aí o segredo do seu enriquecimento segundo a comunicação social do continente com o vencimento de Presidente. Se calhar poupa tudo com o orçamento da Presidência. Miguel Albuquerque está a criar viciação através da ganância dos players de mercado que tantas vezes invoca para justificar o crescimento. Miguel Albuquerque está nesta campanha a ser cínico na defesa deste turismo desmedido. As empresas de rent-a-car nascem como cogumelos, os alojamentos locais arriscam a despejar madeirenses, as atrações turísticas vão ser dizimadas. Há madeirenses que desistiram de fazer passeios a pé porque a lógica era descontrair e não se infernizar com filas indianas no meio da serra

O crescimento do turismo visa incrementar a construção, também por aqui vai resultar em especulação imobiliária e preços mais altos, tornando a vida inacessível para os moradores locais. No dia 24 de setembro estou com um "feeling" de que perderei a pena do que se passa com os madeirenses, eles legitimam e isso diz que gostam. O povo é soberano, se pede a sua própria aniquilação é uma "morte clinicamente assistida".

Caminhantes e guias estão a ver a degradação ambiental a acontecer com trilhos suplementares (desvios), os trilhos principais a não aguentar a frequência e até a natureza deixa de "segurar" . Vejo exemplares emblemáticos da nossa natureza, ponto de referência, a serem cortados para alargar, para evitar cabeçadas, etc. Está-se a urbanizar a serra? O tráfego intenso de turistas, literalmente fila indiana todos os dias, começaram a causar danos significativos aos ecossistemas naturais. Lixo na serra, erosão do solo, perturbação da fauna e flora, degradação de habitats e destruição de recursos naturais, é inevitável que os percursos se tornem WC.

Meus senhores há congestionamento de pessoas na serra! Longas filas e aglomerações em trilhos, miradouros e outros pontos de interesse, isto não prejudica apenas a experiência dos visitantes, como coloca pressão sobre a infraestrutura local, irritabilidade das pessoas e a certeza de que a atração vai se perder.

Por este andar, com o exagero de turismo - lembro que a quantidade traz irresponsabilidade - o aumento dos resíduos é uma realidade sobretudo plásticos descartáveis. Tanta gente no meio natural traz a perturbação constante causada pelo turismo o que afeta negativamente a vida selvagem, o turista vai deixar de ver o que quer ver, sobretudo spotters da ornitologia. Os turistas vão interferir no comportamento natural dos animais, causando impactos negativos.

Qual a multiplicação da possibilidade de incêndio com tanta gente na serra e em lugares inacessíveis? Vai ser a oportunidade de Miguel Albuquerque anunciar mais estradas pela serra dentro? Uma certeza temos, a presença de um grande número de pessoas aumenta o risco e a complexidade da gestão dessas situações.

O exagero da quantidade vai levar ao mau serviço e má qualidade da gastronomia e bebidas, o turismo excessivo traz o salve-se quem puder e a venda aloucada, a comercialização excessiva traz perda da autenticidade das culturas locais para serem capazes de atender às solicitações dos turistas. É a "industrialização" à custa das tradições e valores culturais. Tenho a certeza que muita gente, apesar da especulação imobiliária, vai pensar em se deslocar para sítios mais tranquilos, naturalmente cedendo as infraestruturas tradicionais ao turismo. Assim se perde a alma da Madeira".

Até agora só temos visto as brigas políticas da água que ignoram 2 milhões de turistas num ano, e saneamento básico, e rede viária, e gestão de resíduos, saúde, serviços públicos. Mais uma vez faz-se tudo sobre o joelho acreditando na sorte, não há um modelo de práticas sustentáveis e estratégias solicitadas aos turistas, para equilibrar o desenvolvimento turístico com a conservação do meio ambiente e o respeito pelas comunidades locais. O que vai acontecer se uma intempérie apanha turistas dentro da floresta, a este ritmo de fila indiana às centenas?

Nota: vejo amigos e colaboradores antigos de Albuquerque a ver tudo isto, mas estão de bico calado. Sabem de tudo mas não ousam contrariar, escrevam ao menos no CM ... raios! Aquele Eduardo Jesus nunca deveria ter voltado depois da dispensa do Sousa... agora o diário dele segura a loucura. As voltas que o mundo dá!

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 7 de Setembro de 2023
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