Fontes da Culpa Verde-Rubra



Hoje alguns estão tristes,
outros radiantes mas caladinhos,
mas foi a Madeira que perdeu.

D epois da tragédia que se abateu sobre o desporto madeirense na noite de ontem, acho por bem partilhar a minha opinião sobre o Marítimo. Vou explicar qual o papel que cada um teve e que contribuiu para a descida de divisão:

1. Carlos Pereira - Transformou o clube num feudo pessoal, criou clivagens com os sócios e descurou o investimento no futebol e na profissionalização da estrutura. Secou tudo à sua volta e manteve o Marítimo numa rota descendente, andando de sufoco em sufoco.

2. Rui Fontes - Beneficiou do descontentamento dos sócios com a gestão do ditador Carlos Pereira para regressar à presidência. Entrou com arrogância e teimosia, transformando um projecto que prometia modernidade e transparência, numa gestão apropriada para a década de 90. O principal culpado deste descalabro.

3. Direcção - Um bando de amadores que pouco sabem de administração e nada percebem de futebol, e que transforaram a gestão do clube num palco para passear as suas vaidades. Devem pedir desculpas e sair.

4. Treinador - José Gomes chegou e começou desde cedo a inventar desculpas. Parece que não veio para treinar mas sim para o papel de comentador residente. Um especialista em desculpas convincentes que, com a evoluir das jornadas, não passam de conversa da treta para enganar burros.

5. Jogadores - Salvo um par de honrosas excepções, são medíocres, sem talento, com um estilo de vida irresponsável e não mereciam estar a vestir a camisola do Marítimo. A limpeza do balneário é um imperativo.

6. Comunicação social - Os jornais e a televisão procuraram criar confusão nas hostes maritimistas desde o início da época, sendo veículos da sede de vingança de Luís Miguel de Sousa que manda neles todos. Alguns jornalistas mostraram um gozo especial em destruir o Marítimo, inventando casos e gerando a intriga, regando tudo com gasolina e acendendo o fósforo.

7. Os Anti-Marítimo - Sejam ressabiados de outros clubes ou traidores maritimistas cegos de vassalagem ao Carlos Pereira, investiram muito tempo na instabilidade do clube que veio a ser decisivo para a descida de divisão do Marítimo. Movimentos para Salvar o Marítimo em momentos de aflição são um bóia de salvação feita de chumbo. Não serão esquecidos.

8. A Liga - Um campeonato rectangular era o sonho adiado dos dirigentes centralistas do mundo do futebol. Este ano, a tal mão invisível promoveu uma onda de assaltos com decisões de arbitragens aberrantes a causar espanto internacional sempre a prejudicar o Marítimo.

9. Políticos - Os do Governo Regional, que muito gostam de falar nos sucessos da estratégia desportiva regional, viram as costas quando as coisas correm mal, em parte porque têm andando a cortar no dinheiro para o futebol. Se há políticos elitistas que preferem tocar piano ou brincar aos carros, e metem dinheiro no Preço Certo e nos ralis, é bom lembrar que o povo gosta de futebol. Devia estar calado o Albuquerque a vir a público, em cima do sofrimento dos maritimistas, avisar que vai cortar o financiamento. Depois pede votos. Já alguns idiotas da oposição, que queriam ver o Marítimo descer de divisão porque pensam que o descontentamento dos maritimistas vai lhes dar mais alguns votos, podem tirar o cavalinho da chuva. Nem uns, nem outros.

10. Os adeptos - Foram incansáveis no apoio à equipa, encheram o estádio vezes sem conta e correram o país de Norte a Sul para gritar pelo Marítimo. Talvez por esse apoio incondicional, também tenham alguma culpa neste desfecho, por branquearem as fragilidades que dentro de campo estavam à vista de todos. Os adeptos compareceram e deram tudo de si. Já o bom futebol deu falta de comparência a época inteira. Apesar disso, são a única esperança de que o Marítimo tem futuro.

Quando se procura prestar vassalagem aos grupos económicos que mandam na Madeira, a resposta para tudo passa por transportes em contentores e construção de infraestruturas de betão. Agora que deixaremos de ver futebol de primeira liga na Madeira, teremos mais um monumento ao betão sem pessoas dentro. Uma espécie de "foram-se os anéis mas ficaram os dedos", mas na versão "foram as pessoas, ficou o betão". Parabéns! Temos futebol de segunda mas empreiteiros de primeira.

Agora, o mínimo que se exige é a demissão de toda a direcção e ouvir a voz dos sócios, levando o clube para eleições. E nem vale a pena o Fontes voltar a tentar iludir toda a gente, seja tentando encontrar bodes expiatórios para o seu fracasso ou vendendo a ideia que ainda é possível ficar na primeira Liga se o Boavista descer na secretaria. O Rui Fontes é o principal culpado.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 12 de Junho de 2023
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