O Dr. Chupa


O que hoje traz-me por cá é a abordagem ao último escrito do Dr. Chupa, sendo certo que à data de publicação da presente retrospetiva, já o Dr. Chupa produziu um sem número infindável de conteúdos, todos muito interessantes.

Antes, porém, parece-me relevante caracterizar o Dr. Chupa. Trata-se de uma criatura com uma vida preenchida de preponderantes feitos e detentora de um conhecimento imensurável, assente na experiência de anos de trabalho e fruto de um saber científico singular e esboçado num sem número de artigos de jornal e no digital, património de valor incalculável.

Atendendo ao seu extenso trabalho, caracterizá-lo, é uma tarefa hercúlea e fá-lo-ei parafraseando as suas próprias e recorrentes expressões, que usa nas amenas cavaqueiras por entre os que o rodeia e que as descrevem na perfeição de alguém que possui espelhos fuscos. Vocabulário que lhe serve como uma luva, contudo com a certeza que muito ficará por dizer!

Conhecido nos quatro cantos da Ponta Delgada, apreciador de jaqué, graxista de profissão, dono de um charme arrasador e de uma vida brilhante, de caspa, o Dr. Chupa foi crescendo entre incursões pelo continente e esta nobre terra do Norte. Conta no seu currículo como barraqueiro de jaqué martelado, por ocasião das festas da Ponta Delgada e por deitar mãos a bens alheios. Segundo o que apuramos junto das más-línguas, teve de recorrer à Universidade Sénior para concluir a sua licenciatura em graxismo. Para que o seu percurso académico fosse mais faustoso, obteve uma pós-graduação em malabarismo e outra em contorcionismo, através da net, e que lhe foram muito uteis a virar o bico ao prego. Neste capítulo, o quão interessante era explanar as suas convicções de outros tempos sobre Albuquerque e companhia limitada. Ai Carlinhos se tu falasses!

No seu currículo, também consta que fez uns programinhas de rádio pelo Funchal, que se encostou a um e a outro, e tertuliou Sérgio Marques com a sua intelectualidade corriqueira, facto que o fez iludir e seduzir, atribuindo-lhe o tacho de assessor, em 2015, na sua Secretaria. 

Com a sua demissão, aquilo é que foi ver o Dr. Chupa, coerente com o seu carácter e princípios, que lhe são muito próprios a se fazer de morto e a passar por entre os pingos da chuva, descolando-se de levezinho do Homem, revigorando os laços, quando dá-se o volte-face e este vai para a Assembleia da República e agora é o não batas mais à minha porta.

Com uma propensão intrínseca para a defesa das causas públicas, com enfoque no bem comum dos seus bolsos, de encosto em encosto, ziguezagueando, lá vai o Dr. Chupa fazendo pela vida, acompanhando a defesa das posições e da narrativa oficial, como bom servo que é. Com uma vocação nata para a escrita é também um dos maiores leitores do CM e transpira, transpira a camisa a teclar o Face e a esticar o pescoço sempre que há um flash, já que afinal de contas, a concorrência entre os vários players é feroz.

Conhecedor de todas as áreas da governação, não se coíbe de falar de todas as matérias que lhe tragam pontos, não aqueles que levou na testa na véspera do seu casamento, mas que lhe possam projetar para as boas graças, tal como no último textozinho que escreveu sobre a massificação do turismo.

Assim, para vender o seu peixinho acerca do assunto e defender a narrativa oficial, no referido folhetim, alude ao seu paizinho, por forma a colocar crédito irrefutável na retórica, até porque a idade é sinónimo de peso e o senhor, com todo o respeito, é um profundo conhecedor de massas. Ilustre pensador de conclusões elementares, fundamentadas num nexo de causalidade, legitimando o mais do que natural aumento do número de turistas com a ampliação do aeroporto. Atendendo à brilhante contextualização dos factos, apenas tropeça na inconsistência do delay à rigorosa fundamentação causa/efeito da coisa.

Enfim, este nobre crânio do Norte, espevito na escrita e nos temas que lhe possam dar palco, percebe-se claramente que é um recurso humano que, apesar dos seus bons ofícios, ainda está subaproveitado nas suas capacidades promissoras de carreirista.

Quanto à multiplicação das tendas e montadas nos locais mais insólitos, nada de transcendente, já que pela Ponta Delgada era mais do que comum os turistas montarem tendas, que fundamentou com uma descrição enternecedora digna de encher chouriços. Mas a argumentação lá vai continuando com os seus passeios lúdicos ao Pico Ruivo. E ali também era mais do que natural e frequente, no dizer da criatura, perceber-se um verdadeiro parque de campismo entre a casa de abrigo e o topo.

Desprovido de qualquer interesse, sempre fiel às suas convicções, muito profissional na sua inutilidade, sem se desviar nem 1 Km na defesa do seu pensamento, percebendo de tudo «…e de mais não sei o quê…», lá vai o Dr. Chupa dando o litro,  na ansia de se manter sob a luz dos holofotes, nem que para isso, se leve a cair no ridículo e a não se ter noção dos disparates. Mas tudo vale a pena quando a alma não é pequena, desde que se mantenha a cadeirinha dourada e o chupa-chupa, porque caso contrário é um inútil.

Siga Freitas para mais um textozinho!

Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 24 de Maio de 2023
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