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| DN-M 26-Março-2004, página 11. |
E m resposta ao desafio do Dr. Luís Miguel Sousa, sobre onde e quando foi favorecido, eu diria que ele tenta a inércia através de um esmagamento por quantidade. Ainda há quem se dê ao trabalho, um serviço público. O Dr. Luís Miguel Sousa cresceu e enriqueceu com borlas (entenda-se não cobranças) do regime do PSD, desde a génese na era do Dr. Jardim até à presente data com o Dr. Albuquerque. Não o reconheço como empresário mas sim um oportunista. Depois de rico começou a comprar e agora é um Rei que impede o funcionamento da democracia e da fiscalização na nossa Assembleia.
São décadas sob o lema de que mais ninguém se interessa por explorar os Portos da Madeira e de que o Governo Regional tinha que dar condições (borlas) para que alguém pegasse. Sempre a mesma tática, mas ela é sectária. É interessante que esse movimento, também feito para a Linha Ferry Madeira - Porto Santo, não tenha sido abençoado para a Linha Madeira - Continente, naturalmente para proteção do negócio de contentores que existe há décadas. Sobre essa linha, cobras e lagartos.
O afrontamento que nos faz parte da ideia de que todos os seus negócios são secretos e blindados, mesmo que descoberto é uma fortuna reverter e o GR não tem dinheiro. O Dr. Luís Miguel Sousa parte do pressuposto de que não existe informação disponível, no fundo brinca com a nossa ignorância e dá o seu show. Acredito que atinja orgasmos, embevecido.
Quando vi o desafio, com a idade que tenho, lembrei-me de algumas situações públicas, o problema é a minha falta de tempo para pesquisar, mas quase uma semana depois cheguei onde queria que, por ironia do destino, reside naquele que é agora o seu jornal. Efetivamente, a 26 de março de 2004, na página 11 do matutino DN da era Blandy, dava-se conta de que mais uma vez o GR cedia gratuitamente, no caso um terreno, ao Dr. Luís Miguel Sousa, para crescer com novas borlas e arrotar hoje em dia.
Naquela altura ainda havia muitos transitários independentes do Grupo Sousa, contudo, já atrofiavam a concorrência, como acontece hoje no Porto do Caniçal com outras empresas de navegação marítima. De uma a uma as empresas transitárias, caindo e compradas, caíam aos pés do Dr. Luís Miguel Sousa para constituir um monopólio ou controlo, muito além do trabalho portuário e através do dinheiro fácil resultante do assistencialismo governamental (borlas). Foi ganhando para uma futura "Logislink".
A ideia era simples, o Governo Regional cedia um terreno gratuito para funcionar como parque de segunda linha de contentores em São Martinho, explorado pelo Dr. Luís Miguel Sousa, onde se abriam os contentores e cada transitário tratava das suas encomendas, mas também onde operava uma empresa de consertos em contentores. Com um terreno gratuito, o Grupo Sousa quis cobrar aos transitários o uso, o que depois revertia 100% de lucro e o GR ficava a "apitar". Também significava que, se na altura os transitários não se uniam, o preço das grupagens e fretes acabariam por aumentar. Qual o problema?
Este exemplo, menos conhecido do que o Porto do Caniçal, mostra como o Governo Regional está na base do enriquecimento do Grupo Sousa, uma borla ao Dr. Luís Miguel Sousa gera cobrança aos outros, nunca a ele. Tudo igual ao Porto do Caniçal.
O desafio do Dr. Luís Miguel Sousa, máximo responsável pelo conglomerado acima de 100 empresas com sua participação, foi uma ousadia por pensar que, se os deputados são mancos, a população é tetraplégica. Este é o primeiro de dois momentos onde vou identificar como é que o Dr. Luís Miguel Sousa foi favorecido, na minha conta supera umas largas centenas de vezes, entre pequenas e grandes circunstâncias. Deus me dê tempo. Fica o destaque na série: «Desafio quem quer que seja a dizer onde e quando fui favorecido».
Voltarei, logo em seguida, para um segundo caso. Abraço a todos.
Leitura sugerida do mesmo autor: Luís Miguel Sousa: - onde fui favorecido? O deve-haver da ausência de ferry.
Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda feira, 06 de Março de 2023
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