Carta aberta de despedida a Miguel Albuquerque


Caro amigo Miguel Albuquerque,

S erve esta carta para te relembrar o notável trabalho que tens realizado na destruição da Região Autónoma da Madeira. Nos teus mandatos, protagonizaste a maior fuga de sempre de jovens qualificados da região, esvaziando a Madeira de talento e futuro. 

Transformaste um dos melhores destinos turísticos do mundo, numa caricatura de si mesmo e amálgama de patas rapadas que arruinaram a reputação de qualidade que o destino outrora possuía.

Sob a tua governação tresloucada, assistimos à perpetuação de um modelo económico baseado no parasitismo, sustentando empresas que vivem às custas dos nossos impostos, mediante negociatas que te envolvem diretamente. Enquanto isso, a RAM regista os maiores índices de pobreza do país, um facto que trivializas como se fosse apenas um “efeito colateral” do alegado crescimento económico.

Rodeaste-te de uma trupe de bajuladores sem escrúpulos, que apenas contribuem para a erosão da tua base de apoio. A falsidade das tuas promessas valeu-te alcunhas como Pinóquio, o Linhas ou o Agarrado. Exemplos não faltam: prometeste que não haveria mais jaulas de aquacultura, mas, numa questão de dias, surgiram mais. Assim foi também com o ferry “custe o que custar”, entre outras centenas de episódios.

Na tua juventude, marcada pela soberba e pelo consumo, lembro os encontros da JSD onde o estupefaciente era rei. Já no governo, as tuas ideias desvairadas deram origem a momentos verdadeiramente surreais, como o fiasco dos Bitcoin, as vacas autóctones, ou a ideia de transformar o Curral das Freiras numa Eurodisney. Também é de assinalar a megalomania da estrada das Ginjas, onde tudo parece caber, até mesmo uma casa de putas de um amigo teu e defensor do regime.  

Miguel, o teu ciclo terminou. Todo o ditador enfrenta o seu fim – sim, ditador, porque quem insiste em impor a sua vontade “custe o que custar”, contra a opinião pública, não age como um democrata.

O melhor que tens a fazer é sair. Uma fuga para um país sem acordo de extradição seria o mais sensato. Há opções em língua portuguesa, visto que o teu castelhano é, no mínimo, duvidoso. Sei que tens amigos com condições para te ajudarem nessa fuga.

Se decidires permanecer, o que te espera é um isolamento crescente. Continuarás a criar um fosso crescente em teu redor, a semear discórdia, a manipular com táticas maquiavélicas e a mentir tomando os madeirenses por meros burros e ignorantes. Vais continuar a acusar Lisboa dos teus fracassos.

A avalanche de acusações do Ministério Público e provas na posse da PJ conta a verdadeira história da tua governação, uma história que ficará marcada como um dos capítulos mais sombrios da autonomia madeirense. O que resta à tua volta é uma minoria comprada e uma ilha que já não é a de outrora, mas sim uma coutada de interesses.

A tua recente “vitória” nas internas do PSD foi um espetáculo de aldrabices, irregularidades e falta de ética – uma vergonha pública que expõe o estado a que chegaste.

Destruíste tudo: o teu partido, a região, a autonomia, a saúde, as pescas, o turismo, a agricultura, o artesanato, a Laurissilva, as famílias, e a classe média, agora hipotecada até ao limite. Até a zona franca, um dos motores da economia regional, foi entregue a um privado – um caso único no mundo que só ilustra o teu medo, desespero e o que te faz estar agarrado ao poder, ao abrigo das maiores vergonhas da democracia: o direito ao estatuto de imunidade.

Miguel, negocia a tua saída. Deixa que outros ocupem o teu lugar. A saudade será nula e o alívio, imenso.

Enviado por Denúncia Anónima
Terça-feira
, 26 de Novembro de 2024
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