Exmos. Senhores da Universidade da Madeira,
A vossa última escolha para atribuição de distinções é, no mínimo, fascinante! Homenagear a Presidente da Segurança Social da Madeira, uma figura sob investigação por alegados esquemas de corrupção, é realmente um exemplo brilhante de... algo. Fica é por esclarecer exatamente de quê.
Quem diria que a nossa academia pública, a suposta guardiã do saber, da ética e dos valores, se tornaria uma extensão das práticas “criativas” da nossa sociedade insular? Ao distinguirem uma personalidade que, segundo consta, está bem conhecida nos corredores dos tribunais, a Universidade da Madeira prova que não é apenas uma instituição de ensino, mas um verdadeiro palco onde a realidade e a ficção se misturam sem pudor. Numa altura em que a própria Justiça anda a investigar a senhora, a universidade opta por prestar-lhe tributo. Para quê esperar por uma conclusão judicial, não é? Os senhores reitores têm uma visão especial, ao que parece.
E sejamos sinceros, se o objetivo é passar uma mensagem aos jovens, então estão a dar-lhes uma bela lição de como funciona o mundo real: contactos, favores e, claro, aquele talento para escolher a pessoa certa no momento certo. Que se lixe a imagem pública da universidade; importa é manter boas relações, certo? Afinal, para que serve uma distinção académica senão para celebrar essa promiscuidade entre poder, política e academia?
Parabéns, Universidade da Madeira. Conseguiu transformar-se numa verdadeira instituição de serviço público, no sentido mais criativo do termo. A distinção vai para a Presidente da Segurança Social… mas a ironia, essa, é toda vossa.
Com os melhores cumprimentos,
Um contribuinte
Enviado por Denúncia Anónima
Segunda-feira, 28 de Outubro de 2024
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