T udo é perfeito, diferente, um caso especial, uma exceção, um superlativo ... na Madeira. Estatísticas, sondagens e contas, ninguém leva a sério, muito menos estudos de impacte ambiental para obras ou como depois de implementar algo que deu para o torto. Estamos cansados das leituras do Governo, encaixadas na comunicação social sem contraditório, publicam fake-news.
Se as águas na costa são suspeitas com ETARs que não vencem os dejetos da massificação do turismo, quando não estão dimensionadas e não têm todas as etapas de tratamento aconselháveis, agora chegamos à qualidade do ar. Para quem há uns tempos odiava navios de cruzeiro que não traziam rendimentos para terra (daquelas loucas que dá ao Presidente), agora estamos em processo inverso, vai ser privatizado?
O nosso Porto do Funchal não tem o "shore power system ", sistema de energia em terra, onde navio simplesmente desliga os motores, enquanto está atracado ao cais, e liga-se a uma rede elétrica de terra que, de acordo com o padrão internacional, será de alta tensão para navios de cruzeiro, uns 10 a 20 megawatts de potência. Precisamos da infraestrutura para levar energia ao cais, um investimento do lado do porto, que vai demorando com estudos para amigos, quando qualquer fornecedor sabe o que fazer. Se houvesse essa infraestrutura, eu aceitaria ficar na dúvida com balela da propaganda.
Agora no Verão (época baixa dos cruzeiros), poderia equacionar aceitar os resultados do estudo, fora dele não, de modo que generalizar é uma farsa. Sabemos como são excecionais a recolher água que dá um resultado e nós a vermos "algas" a boiar.
Um navio de cruzeiro, quando atracado num porto próximo duma cidade, imaginem, como o Funchal, pode gerar diversos tipos de poluição que naturalmente afetam o meio ambiente e a saúde da população local. Confesse, nunca sentiu esse cheiro dos gases?
Só vou falar nas emissões de gases de escape:
- Dióxido de enxofre (SO₂): derivado do uso de combustíveis fósseis com alto teor de enxofre.
- Óxidos de nitrogénio (NOx): contribuem para a formação de chuva ácida e smog.
- Partículas em suspensão (PM): podem causar problemas respiratórios e doenças cardíacas.
- Dióxido de carbono (CO₂): um dos principais gases responsáveis pelo efeito estufa e mudanças climáticas.
Estamos numa fase acelerada de substituição de navios, mas ainda não é para atingir a neutralidade carbónica. Estima-se que um único navio de cruzeiro pode emitir a mesma quantidade de poluentes do que milhares de carros num dia. Por outro lado, está é a cidade da "explosão" das rent-a-cars e seus carros (veem carros elétricos nas rent-a-cars?), a cidade de mais estacionamentos dentro da cidade devido aos hotéis de cidade e do turismo que vai deixando os autocarros para outro que quer vaguear por sua conta. A favor? O passe gratuito para alguns, residual.
A Madeira, não é preciso estudos, aumentou a sua pegada de carbono, emissões de gases de efeito estufa causadas por um indivíduo, um evento, uma organização, um serviço, local ou produto, expresso em dióxido de carbono equivalente. Estamos a arder "mato", com cada vez mais carros, com a massificação do turismo a exigir mais energia, com as energias limpas a não crescer e as promessas dos objetivos a passar de eleições para eleições, com o desprezo pela natureza para absorver CO₂...
Parem de nos tratar como burros.
Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 5 de Setembro de 2024
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