I maginemos um cenário onde o Grupo Sousa e o Governo Regional da Madeira se juntam numa espécie de baile de máscaras do capitalismo, onde o tema da festa é “Concorrência? Isso é para os fracos”. Mas não nos enganemos, este não é um baile qualquer. Aqui, os convidados de honra são a falta de regulação e as manobras que deixam qualquer concorrência a ver navios (ironia pura, visto que o Grupo Sousa controla mesmo os navios).
Então, como pode a Autoridade da Concorrência intervir nesta epopeia? Simples! Imagine o seguinte: a equipa da Autoridade chega de fato e gravata, estilo SWAT, mas em vez de armas, traz uma caneta e uma tabela de multas. Têm o trabalho árduo de tentar explicar à malta que, num mercado saudável, não se pode fazer tudo à vontade, como num buffet de rodízio onde se come até rebentar. Não, senhores! Há regras, e elas existem para que o capitalismo não se torne numa espécie de ditadura disfarçada.
Agora, a questão do cartel. Dizem que o Grupo Sousa e o Governo Regional dançam uma espécie de tango económico, sempre coordenados, sempre afinados, onde só eles decidem a música e quem tem acesso à pista. A concorrência fica à porta, a bater palmas, sem saber se pode entrar ou se só lhes resta assistir.
Mas o que é um cartel, afinal? Nada mais do que um grupo de amigos que decidem que a competição não é divertida. E quem gosta de perder, não é? Só que, quando isso acontece, o capitalismo, que deveria ser um desporto com regras claras, vira uma espécie de jogo sujo. Em vez de clubes de futebol a competir por um campeonato, temos equipas que combinam resultados antes do apito inicial. Perverso, não?
Eis que entra a Autoridade da Concorrência, a nossa valente árbitra deste campeonato injusto. Agora, será que conseguem intervir ou estão mais ocupados a preencher formulários? Imagine-se a cena: chegam ao escritório do Grupo Sousa e dizem, com toda a formalidade: “Ora muito bom dia, viemos aplicar uma multa, pois parece-nos que o vosso tango com o Governo Regional está a pisar os calos da concorrência.” O problema é que, enquanto a Autoridade da Concorrência tenta dançar o pasodoble da justiça, o Grupo Sousa já está a preparar um novo baile, onde as regras são... as mesmas de sempre. Ou seja, nenhumas.
E quem sofre com isto? Nós, o público, que pagamos bilhete para este espetáculo chamado "livre mercado", mas acabamos sentados nas bancadas a ver uma peça onde os papéis já foram todos distribuídos antes mesmo de o ensaio começar.
Conclusão? Capitalismo sem regulação da concorrência é como um casino onde a casa ganha sempre. E enquanto a Autoridade da Concorrência tenta lançar os dados justos, o Grupo Sousa e o Governo Regional já têm um par de ases na manga.
Se a Autoridade quiser mesmo multar este baile, só tem de encontrar a coragem de pisar a pista e, quem sabe, ensinar-lhes uns passos de dança novos... com regras, desta vez!