O Andebol, o eterno desfavorecido.


F ui informado através dum e-mail proveniente da Direção Regional do Desporto, assinado pelo  Diretor Regional, David Gomes, a informar o Presidente da Associação de Andebol da Madeira que “as condições de utilização do Pavilhão da Levada ainda não foram repostas, pelo que até dia 17/04/2023, não existem condições para o normal desenvolvimento das atividades federadas naquele pavilhão” (…) neste sentido e por necessidade de se assegurar a distribuição de alguns blocos de treino com cariz prioritário, informamos até à data indicada , a Vossa Associação não poderá utilizar o pavilhão do Funchal às quartas, quintas e sextas, no horário compreendido entre as 21.45 e 23h (…) compreendemos de antemão que , esta situação irá causar constrangimentos ao normal funcionamento das Vossas atividades pelo que lamentamos o sucedido e solicitamos a vossa melhor compreensão”.

Já não é a primeira vez, nem vai ser a última que o Andebol, é desconsiderado  perante outras modalidades, como o Vólei, Basquete e Futsal. Nos anos 70 do século XX, quando o andebol dava os primeiros passos era a patinagem que tinha prioridade no Pavilhão do Funchal, e o Andebol, até no escalão Sénior, era relegado para treinar ao ar livre na antiga Gonçalves Zarco (Batalhão), Escola Industrial e posteriormente no Polivalente do Galinheiro, a mercê das condições climatéricas, e das limitações impostas pela prática num terreno em que uma queda é sinal de “lapas” ou lesões graves. 

Nos anos 90, lembro-me que o Clube Desportivo Barreirense, sediado na Nazaré, ter sido um dos pioneiros no Mini Andebol, e até chegou a ser a o clube da Madeira com mais praticantes federados. Este clube gerava uma onda de entusiasmo à volta da juventude deste bairro social, entusiasmo tal que em 1995, a direção do clube quis construir um pavilhão na Escola da Nazaré, onde treinavam diariamente, mas a ideia foi logo tomada à socapa pelo Diretor Regional do IDRAM na altura, que entregou de mão beijada ao seu amigo do Clube Amigos do Basquete o espaço, onde foi inaugurado em 1997 o  pavilhão, exclusivo para Basquete e para os VIPs do CAB, sem qualquer vinculo a este bairro social e distante da realidade do mesmo.

E passaram tantos anos e nada mudou nem agora, que estamos nos anos 20, do século XXI, os escalões de formação continuam a treinar ao ar livre em polivalentes, alguns sem condições, como Bartolomeu Perestrelo, Madalenas, no Galinheiro, e até Horácio Bento Gouveia, etc… e quando há espaço “indoor” é sempre longe do Funchal, em horários de clube de striptease, isto quando não há futsal, vólei, badminton à mistura senão o andebol nem põe lá as patas.

O Pavilhão da Levada, um pavilhão intimamente ligado ao Vólei, tal como o Pavilhão do Funchal está para o andebol, está em obras de requalificação, a pergunta é: será que se a situação fosse ao contrário iriam falar de “cariz prioritário”? Ou será que iam deixar o Andebol treinar no Pavilhão da Levada?  Recordo-me que das poucas vezes que o Andebol foi lá treinar, avisavam antemão que não podiam utilizar resina para não prejudicar os treinos e jogos de voleibol. Tudo isto tem piada, porque agora vão vir treinar a um pavilhão onde se utiliza resina, já não tem importância. Será que as mãos de veludo dos meninos do Vólei vão sofrer muitas entornes com a resina em excesso no piso do Pavilhão do Funchal.

Já sei que vão escudar-se com o “cariz prioritário”, mas isso só vale quando é para as outras modalidades, quase nunca para o andebol, que sempre foi o parente pobre ao nível de distribuição de instalações por parte do ex-IDRAM. 

Já sei que vão dizer que os horários escolhidos são nas horas do treinos de Veteranos, que não são prioritários, mas então para que estes pagam inscrições e participam em provas federadas? É para estarem sujeito às vontades do Sr. Diretor Regional, da Sra. Fabíola Andrade e Sr. Pedro Freitas? 

Até quando vamos ter de aturar estas atrocidades que fazem há tantos anos ao Andebol? 

Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta feira, 29 de Março de 2023
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