Os vira-casacas



V endo as caras que correm no "Compromisso 2030", conclui-se que o PSD reúne pessoas em torno de si que disseram mal do PSD a vida toda. Nalgum tempo isto era imperdoável pelo simples facto que depois ocupam lugares de pessoas leais. Assim se cria o mau clima mas, também sabemos que os tempos são outros e a necessidade extrema. Contudo, destas permissividades sem orgulho, se constroem maiorias maiores do que o previsto.

Por outro lado, isto mostra o nível de confiança que as pessoas têm numa alternativa e na possibilidade de ocorrer a alternância. O PS nem consegue aliciar os seus militantes e simpatizantes, quanto mais a sociedade civil, por isso não é estranho os convidados vindos de fora e os que sonham ser elegíveis ou brindados a rodar em todos os eventos.

Há pessoas que em 2019 participavam nos Estados Gerais do PS e que agora acotovelam-se para se mostrar no Compromisso Madeira 2030 do PSD. Enquanto isso, o PS definha com uma reposição pirata dos Estados Gerais que nem os seus militantes consegue cativar.

O cheiro a poder é como um íman potente para onde convergem todas as pessoas com bússola política a apontar para o dinheiro. Se em 2019 apontavam a Cafôfo com a miragem de um pote (ou tacho) de ouro no dia seguinte às eleições, em 2023, mais do que se deixarem atrair por Albuquerque, repelem convictamente Sérgio Gonçalves.

É bom conhecer estes nómadas políticos, outrora chamados de vira-casacas, e seguir-lhes os hábitos de vida e os padrões de lambe-botismo. No fim do dia orientam-se sempre para o prenúncio certo de vitória e, como rolhas, ficam sempre à tona mesmo durante as tempestades mais complicadas. Porque o PS não tem seleção natural, estes que podem ser acusados ainda vão encontrar uma oportunidade de dizer que, justamente por isso, o PS é um partido "familiar" onde rodam os mesmos sem dar oportunidade à sociedade civil. Convém tratar da democracia interna primeiro, para depois pregar a mensagem externa.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 5 de Dezembro de 2022
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