E se os pobres saíssem à rua?


Q uero felicitar a RTP-M pela sua peça de 12 minutos sobre a droga no Funchal, naturalmente à jornalista e ao companheiro de câmara. A Madeira é um diamante por lapidar no que diz respeito à informação, basta querer que qualquer órgão de comunicação social ganha popularidade e a RTP-M bem precisa. As pessoas desligam da rotina de bajulação e de tempo de antena a todas as paróquias. Temos um telejornal enorme para aquilo que somos e as notícias que existem. O Telejornal é hoje em dia uma agenda e não informação. É expediente e não notícia.

A degradação social a que chegou a nossa cidade faz-me pensar o que seria da nossa perceção, sobre o assunto da pobreza, se toda ela envergonhada saísse à rua tal como os mendigos, drogados e sem abrigo. Eu acho um pó de arroz na realidade quando se apresenta as análises sobre o tema como sendo "risco de pobreza", há pobres e remediados aflitos, crise após crise aumentam, risco de pobreza parece que estamos menos mal e até nos podemos safar. Mas, ainda assim, somos depois da pobreza a zona do país com maior risco de pobreza. É a minha leitura.

Existem na Região 70 instituições de cariz social apoiadas pela Segurança Social. Em 2021, receberam 28 milhões de euros, nos últimos 5 anos o apoio cresceu 30%. Entre 2017 e 2021, foram entregues 121 milhões de euros em ajudas às IPSS. Dinheiro existiu, mas que estratégias de âmbito global e de cariz específico foram definidas para a região? Ao nível da intervenção que planeamento foi desenhado? Que articulação existiu? Distribuir dinheiro por instituições é fácil, todavia, governar implica estudar o fenómeno social, conhecer a realidade, definir uma estratégia e uma metodologia de trabalho, assumindo uma prática de cooperação com todos, decidindo que medidas deverão ser desenvolvidas e avaliando todo o processo de implementação. (link)

A peça da RTP-M fala de muitos erros na vida mas também fala de falta de oportunidades e orientação. Sinal de que as instituições não detetam, não cumprem e depois não têm como corresponder ao problema que se vai multiplicando e, as instituições e o governo, mantém-se no seu ritmo cheios de generais com as suas medalhas, estatutos, muita conversa e pouco trabalho. A situação é indisfarçável e deixaram correr e se calhar só é problema porque é preciso passar de novo pó de arroz para um ano de eleições que se aproxima.

Aquele Presidente de Junta de São Roque, se não houver alternativa ao PSD, o próprio partido deve colocar outro indivíduo no lugar. A sua lucidez é reduzida e deveria ver sempre os prós e contra do que diz. Deveria ter outra desenvoltura mas acho que enferma de um problema crónico de todos os eleitos do PSD, não podem dizer a verdade sobre a situação criada durante 46 anos de poder hegemónico. O problema é assim com um único responsável e não é Lisboa.

E agora, com um custo de vida ainda maior perante parcos rendimentos, ainda se junta a habitação, a zona do país onde ela é mais cara. Vamos voltar aos casos de "furnas" tanto dinheiro depois? Sempre graças aos mesmos, mas depois vamos ficar contentes com a habitação social a custos controlados para meia dúzia perante o grande problema e sai na RTP-M.

  • "olhando para o país, o maior aumento face ao mês anterior registou-se na Região Autónoma da Madeira (2,2%) e a única descida foi no Norte (-0,2%)"
  • "o Algarve, a Área Metropolitana de Lisboa, o Alentejo Litoral e a Região Autónoma da Madeira têm as casas mais caras" (link)

Leitura sugerida: Droga, de Calado mas também da PSP, Saúde, ARAE, ALRM, Associações, Segurança Social, SESARAM ... Turismo, Educação?

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 29 de Novembro de 2022
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira