Há Plano de Contingência no nosso Aeroporto (Madeira) para a Massificação?


H oje houve um debate sobre o Turismo na Assembleia, não vi nem li nada, mas aqui há dias no CM saiu uma publicação com o dedo na ferida sobre o que se passa no nosso aeroporto, sobre as condições em que os profissionais que prestam serviço aos turistas trabalham. Temos uma série de pessoas que prestam serviço de passagem e estão noutros lugares até que o avião aterre, não vou falar nisso porque já houve quem falasse bem (link).

Venho aqui deixar umas palavrinhas noutro sentido. Tem havido SORTE, desde que a Ryanair começou a voar para a Madeira, o tempo tem sido um santo. A minha pergunta é, quando isto encavalitar com uma inoperacionalidade do aeroporto quem é que vai gerir os passageiros apeados? Ou não sabem como são as Low Cost? Quem vai transportar os passageiros apeados? Qual é o Plano de Contingência agora, o mesmo que não funcionava antes? Estão a brincar? No dia em que isso acontecer, os turistas vão fazer campanha em larga escala contra a Madeira e a RTP-M que não espere gente macia como das outras vezes para fazer reportagem.

Alguém esta manhã se lembrou só desta pergunta? Há Plano de Contingência no nosso Aeroporto (Madeira) para a Massificação? Preparem-se, a barraca vai abanar e não vai ser do vento. Sou um tontalhão desses que para trabalhar anda como um fugitivo do aeroporto, tipo um louco a vigiar aviões sem lugar onde estar. Quando houver inoperacionalidade, pego em mim e vou para casa me deitar, porque se quem manda não se organiza, não vai ser o funcionário comum que vai resolver o mau humor dos clientes que vão ter toda a razão. Aquele aeroporto não tem condições para quem trabalha e não vai ter para passageiros se empatar meia dúzia de aviões.

Tenho uma pergunta: se não temos aeroporto para esta massificação, ilha, atrações, estacionamentos, etc, a quem serve esta loucura?

Deixo a realidade estudada antes da Ryanair:

  • A principal causa de inoperacionalidade do Aeroporto da Madeira é o vento (rumo e intensidade), representando 85% das causas de limitações, segundo a ANA. Desde 2012 que a intensidade do vento é a principal causa de inoperacionalidade;
  • Entre 2011 e 2018 houve uma tendência contínua de crescimento do número de dias de inoperacionalidade, de 1,1 dias por ano para 9,2 dias por ano, tendo baixado para 2,5 em 2020;
  • Os dados da EeasyJet mostram que entre 2018 e 2021, 1,3% dos voos desta companhia com destino à Madeira divergiram para outros aeroportos, correspondendo a 5,7 vezes mais do que a média da transportadora;
  • Também a TAP mostrou que a irregularidade na Madeira é 2,5 vezes superior à média da sua operação em todo o mundo;
  • A distribuição mensal da inoperacionalidade não permite retirar conclusões sobre este fenómeno. Isto é, não há um padrão de comportamento;
  • Os dados referentes a 2018, quando se atingiu o pico de inoperacionalidade, mostram que foram afetados 137 mil passageiros, cerca de 4% do total, dos quais 96 mil viram o seu voo cancelado;
  • Em causa estiveram 971 voos e 219 horas de inoperacionalidade do aeroporto, em 2018;
  • As companhias aéreas são afetadas no seu reabastecimento, nos horários das tripulações, nos reagendamentos de voos, nas estadias pagas, nos custos com transfers, alimentação dos passageiros, indemnizações e seguros, taxas pagas, entre outros aspetos, constituindo um incremento de custos para a Companhia por cada voo afetado.

Alguém falou nisto?

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 21 de Junho de 2022
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