Festa dos Cromos (com cromos)


Os Minions do Pingo Doce com o Bernardo em segundo plano.

O s jornalistas idóneos do CM decidiram ir para o Porto Santo quando o reles do Chefe de Redação disse para ir cobrir alguma coisa séria porque o dinheiro não cai do céu. Como o Funchal atingiu a categoria de paraíso e não se pode dizer mal, os jornalistas idóneos pesquisaram "cobertura" no Google e estava arranjado o tema, fazer a cobertura do pavilhão multiusos do Porto Santo.

Para não pagar bilhete de veículo, os jornalistas idóneos subiram com a trotinete elétrica pela rampa pedonal do Lobo Marinho, essa que o Calado já avisou que vai entrar em obras para acabar com os degraus para poder passar carros. No fim da rampa estava uma funcionária a olhar atravessado e o jornalista mais ao corrente de alguma coisa disparou: - olha a exploração de borla do Porto do Caniçal. A cara da funcionária fez trasfega, algo normalíssimo nos mares da Madeira, o olhar caprino comutou para gatinha.

A viagem foi sossegada, sempre a manter o copo em cima da mesa no bar da popa com um mar de óleo pela escotilha. Nisto vê-se areal, desde logo a estátua do Único Importante, a imponente que evita vento na areia a fustigar os veraneantes. Tá quieto já basta a praga do aeroporto da Madeira. Para quem não conhece, a estátua é marcante não só por ser grande mas pela procissão que vem atrás. Já foi maior porque cada representado foi roubando a sua para se dizer do Calado.

Pisado solo Santo os jornalistas idóneos foram ao encontro do hiperativo presidente de câmara, querendo falar do multiusos, o off the record já levava 3 horas, o Presidente da Câmara do Porto Santo revelava-se preocupado pelo Porto Santo não ter tantas festas como a Madeira para distrair o pessoal. De novo o jornalista mais ao corrente de alguma coisa deu a ideia de fazer uma festa mas desta vez com algo que exista em abundância: cromos no Porto Santo. A ideia foi democraticamente aprovada pelos dois.

Para primeiro cromo foi sugerido Roberto Silva e imediatamente aceite na condição de marcarem o direito do avesso para não lhe tirarem, sem querer, a foto de BI pelas costas. Como o jornalista entendido em alguma coisa já estava a ver a beicinha do senhor presidente da câmara, este foi sugerido democraticamente como cromo ao próprio e imediatamente aceite, até porque é bom de tirar fotografias já não se mexe.

Seguiu-se o Bernardo, o que levantou um sério problema. Para cromo não dá porque o formato de cromo é uniforme e não iam fazer um cromo mais largo do que os outros. Ai alguém sugeriu para a capa, o que foi imediatamente aceite porque era maior, dava boa cobertura e é um senhor cromo. Ainda o assunto era a dois, quando as chamadas começaram a cair no telemóvel do presidente de câmara porque Bernardo queria o seu cromo. O problema mantinha-se e ele não se comprometia em fazer dieta, até que o jornalista mais entendido de alguma coisa telefonou para o Pingo Doce e perguntou se não cabia mais um Mínimo da sua coleção de cromos para calabaça, o que foi imediatamente aceite porque os cromos são feitos para ter piada.

Ia tudo bem até que foi sugerido o nome de Luís Bettencourt, foi a mobilização geral contra a proposta e até o Luís Miguel Sousa fez saber que o Lobo Marinho não regressava ao Funchal nesse dia se a proposta não fosse retirada. O presidente da câmara disse em bons modos que ele não podia ser cromo porque não era do PSD e que estava disposto a levar o caso até às últimas consequências e fazer mais uma rotunda no Porto Santo onde haja palmeiras para abater.

Apesar de todo pluralismo da ideia, o jornalista mais entendido de alguma coisa teve que ceder, porque ia perder o barco de regresso e porque o reles do chefe de redação tinha dado 10€ para a alimentação de quatro e tinham vindo seis porque era para dar cobertura ao pavilhão multiusos do Porto Santo. A caderneta do Porto Santo chegou a bom porto com 12.000 cromos porque os do Funchal que vão fazer ramboia ao Porto Santo também contam, só do GR são 7000 com 18 páginas de vândalos.

Ufa, regressamos.

Chegados à redação e atendendo que as leituras mais populares são as fake news, porque os (e)leitores preferem mentirosos a sérios, o jornalista mais entendido em alguma coisa decide inventar que no Porto Santo corre um abaixo assinado contra Miguel Albuquerque que, com ou sem pelouro do Porto Santo, nunca fez nada pela Ilha Dourada. Ainda a ideia só estava na cabeça do jornalista, o telefone toca com o Pedro Calado a dizer que queria ser o primeiro proponente. E mal desligou toca de novo o telefone com Albuquerque a dizer que a fake news morre já na massa cinzenta porque ele vai avançar com a Profetacoin para o Porto Santo. E assim foi, a edição especial com 4 mil páginas do Correio da Madeira avançou com os 12.000 cromos do Porto Santo, integralmente paga pela CMF e o GR, com capa de Pedro a Calado e contra capa de Miguel Albuquerque.

Luís Bettencourt do UNE ficou furioso porque os jornalistas idóneos do CM tinham feito um frete com a caderneta de cromos ao PSD. E disse mais! Não me entrem sequer no restaurante com 10€ para 6! Acabou dizendo, "e agora vejam esta reportagem que fiz ao pavilhão multiusos do Porto Santo, os safados dos jornalistas idóneos, feitos com o PSD, não mexeram uma palha pela cobertura!"

Nota 1: os jornalistas idóneos do CM receberam o vencimento a meados do mês, 15 dias antes e bom para ir gozar os Santos Populares ao Porto Santo.

Nota 2: finalmente arranjamos namorado à nossa extraterrestre das mamas, o Bernardo é mesmo "cara metade".