Como se produz um oligarca do outro lado da costa africana?


Será que um dia copiaremos o abate de
oligarcas como na Rússia? Lá não mandam.

A oligarquia não é fenómeno exclusivo da Rússia. Nesta “abençoada” terra também existem oligarcas. Como é que se produz um oligarca "madeirensis"? Primeiro, a exemplo de todas as oligarquias, há que estar bem encostado ao poder. Com o tempo, quem há de mandar serão eles. Tomemos um exemplo que nos flagela a carteira todos os dias. O custo de vida! Aquilo que consumimos, o preço que pagamos por estes bens e serviços, determinam o que vai crescer ou faltar ao fim do mês na nossa magra carteira.

No caso das ilhas, onde a maioria dos produtos vem por mar, mandar nos portos é meio caminho andado para se tornar um oligarca insular. Foi o que o Grua de Ouro percebeu. E se bem pensou, melhor executou! Encostou-se ao Único Importante e conseguiu dele uma licença provisória para exploração do Porto Comercial do Caniçal que dura até aos dias de hoje. O melhor desta fabulosa licença é que é a custo zero, ou seja, passados 31 anos, a Região não viu um cêntimo que fosse do Grua de Ouro.

Um estudo encomendado pelo Gobierno Regional apontava para valores na ordem dos 3,5 a 4 milhões de euros/ano de renda anual, num regime de concessão, para quem operasse o Porto do Caniçal. Já do tempo do Único Alucinado que medicou-se e passou-lhe a folia renal. Cobrar oligarcas é uma doença terrível, até mete tribunais de disfarce.

Mais recentemente, o Gobierno Regional deu conta de um acordo com o Grupo Grua de Ouro no sentido de este pagar “uma coizita” pela utilização de uma infraestrutura que custou centenas de milhões de euros ao contribuinte. Acordo este muito longe dos valores referidos no estudo que o Gobierno pagou para saber, mas não fez caso. 470 mil euros ao ano. Saldos portuários! Acordo pífio denunciado pelo Ministério Público que o considerou nulo e eivado de ilegalidades. Assim sendo, e enquanto se dirime no tribunal este desacordo, continua o Grupo Grua de Ouro sem pagar um “tusto” pela exploração do principal porto da Região. 

Entretanto, três décadas de utilização intensiva daquele porto fazem se sentir no terrapleno do Porto do Caniçal, o que obriga a profundas obras de beneficiação do mesmo, orçadas em 2016 num valor de cerca de 15 milhões de euros. Quem é que vai assumir estes custos? A generosa da APRAM que não tem verbas para pôr um cego a cantar, apesar de alguns cheques de injeção por ano. O Grua de Ouro é que não! Tratem bem o bebé.

Como se vê, ao fim de três décadas, o Sr. Grua de Ouro manda no Governo, em muita da oposição e faz o que bem lhe apetece, ou seja, comporta-se como um oligarca… do outro lado da costa africana!

Ora como dizia o outro, "fazendo as contas", assim mesmo à bruta como a exploração que nos fazem, 31 anos ao valor de 3,5 milhões dá 108,5 milhões, a 4 milhões subia para 124 milhões. Ahh... e a 470 mil dá 14,57 milhões, ó diacho!!! 31 anos de exploração nem dá para pagar o arranjo do porto, que ricas contas faz a deficitária Portos da Mamadeira.

Fica muitos milhões para comprar tudo o que mexe...

Leitura sugerida: DN
Enviado 
por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 13 de Junho de 2022
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