A destruição da ciclovia é um erro

 

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D izem que quem está à frente do seu tempo nunca é reconhecido, às vezes só a título póstumo se veem corretamente julgados. Não vai levar tanto tempo para Miguel Gouveia e vou explicar o monumental erro de Calado. Claro que podemos levar mais 46 anos a martelar a verdade.

Por agora, Calado o obreiro e seus seguidores, tratam, como é hábito nas hostes, de verter fel sobre Miguel Gouveia no que concerne à ciclovia. Dizem muitas coisas, a narrativa, dizem que perdeu as Autárquicas justamente pela ciclovia e pelas reclamações da demora nas obras (dos amigos do Calado nas construtoras e CMF) mas,  com tempo, vamos vendo que tudo não passou de uma instigação da agência de comunicação ajudada pelos jornais subservientes a Pedro Calado.

E porque a Madeira é uma bolha insana, apesar da Internet, porque se acham superiores e líderes do mundo, quase nunca percebem o que se passa lá fora, muito à frente de nós. Há dois países na Europa que se destacam pelo uso diário das bicicletas como locomoção da população, para quase tudo, trabalho, compras, escola, deslocação em geral, são eles a Dinamarca e os Países Baixos.

Muitos por cá dizem que não temos as condições deles, ou seja, uma orografia plana. Não deve ser por acaso que as ciclovias estão justamente nas áreas planas do Funchal. No entanto, toda esta conjuntura já é uma falsa questão e bastava não se julgarem os maiores do mundo.

Neste momento a Dinamarca e os Países Baixos enfrentam um fenómeno nas suas ciclovias, uma fase muito à frente de outras que a Madeira nem passou, porque se julga a bicicleta como forma de manutenção do corpo nas horas extra laborais.

A bicicleta é tão popular nesses países que a ciclovia tem congestionamentos e alteração de prioridades. De repente, as scooters de baixa cilindrada e bicicletas elétricas por falta de legislação estavam nas ciclovias. Porque era perigosa a mistura, a velocidade nas ciclovias baixou, as scooters passaram para a estrada nalguns lugares e a bicicleta elétrica (e-bikes e pedelecs) eram alvo de debate. Justamente por ele, o debate, se pode ver como estamos a anos luz da problemática. Constatam na Dinamarca e na Holanda que se veem mais acidentes nas ciclovias e que as grandes diferenças em relação ao passado esta na velocidade e peso das bicicletas, e distinguem uma bicicleta de carga (onde muitas vezes levam compras ou crianças) de outras, muito mais pesada do que uma bicicleta de corrida, todas elas aptas à ciclovia.

Com as ciclovias cada vez mais lotadas, o plano é aumentar a largura das mesmas, estimam que 60% recebam obras de ampliação paralelamente à redução do limite de velocidade nas zonas urbanas e equacionam passar as e-bikes também para o trânsito corrente. Estudam ruas para bicicletas, onde estas têm o direito de passagem e os carros são meros "convidados" por exceção, por exemplo, chegar à porta de casa.

Agora termino com a grande questão, muita gente na Madeira usa scooter por poupança e porque se desenrasca mais rápido na cidade, quando descobrirem que em muitas áreas a bicicleta elétrica (apesar da sua aquisição cara) tem um custo de uso mais económico do que a scooter e acaba com a pegada ecológica, como se comportarão os madeirenses? Sendo pragmático, pelo mais barato sim. É que de repente, as ciclovias com bicicletas elétricas passam a ser um meio de transporte do dia a dia na Madeira e muita dessa mudança começa pelas pessoas que já usam scooter. Depois, falta compensar as pessoas no IRS por essa opção da bicicleta, como na Dinamarca e nos Países Baixos.

Concretizando-se esta mudança o Funchal "ganharia" espaço! Uma pessoa transportada não equivale ao volume de um carro mas muito menos. Mas e para onde caminhamos? Para mais carros dentro de uma cidade que não comporta nem tem rede viária à altura, com um parque de estacionamento na Praça do Município para abanar prédios classificados, trazer mais trânsito e congestionamentos à cidade para oferecer mais uma obra ao senhor Avelino Farinha.

Tal como se pode estar 46 anos a martelar a verdade, também se pode dar tachos a todos para pavonearem o seu estatuto: o carro.

Temos gestores públicos novos com mente velha, atrás de um modelo que faliu.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 10 de Junho de 2022
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