Os sem-abrigo


F icou célebre o discurso de João Jardim no Porto da Cruz na defesa da Madeira. Jardim antes de atingir o auge da insanidade era um social-democrata. Jardim, entre as imensas asneiras que fez, criou o melhor sistema de Saúde do País, base estrutural de qualquer nação civilizada, por isso João Jardim ficará para a história pelo bom e pelo mau que fez.

Quem julgava que Miguel Albuquerque fosse diferente de Jardim enganou-se! A Renovação de Miguel Albuquerque não passou de um embuste para ganhar o Partido. Dececionados devem estar os inúmeros militantes sociais-democratas que votaram em Miguel Albuquerque, acreditaram numa nova era social que nunca passará de palavras levadas pelo vento.

Miguel Albuquerque, afirmou recentemente que na Madeira não há classes sociais mas ninguém percebeu se somos todos ricos ou todos pobres. A realidade é que devemos ser todos ricos porque vivemos no 3º território mais caro do País, onde para comprar um bom apartamento é preciso ter 500 mil euros.  A bolha imobiliária criada por Miguel Albuquerque vai colapsar e a curto prazo irá criar uma nova crise de desemprego com contornos imprevisíveis.

Todos temos a noção de que os jovens madeirenses são ricos, porque não precisam de emigrar para ter uma vida decente. Todos sabemos que os jovens são ricos, porque refugiam-se na poncha para afagar os seus complexos. Os jovens da Madeira são ricos porque fazem sexo na rua, porque não têm para onde ir confundindo a Madeira como Sodoma e Gomorra.

O resultado da inexistência de Classes Sociais de Miguel Albuquerque é que os tais apartamentos de luxo são comprados por estrangeiros, que ganham 7 vezes mais do que um trabalhador madeirense. Aos madeirenses, resta desesperar pela sorte de um T2 raquítico de um qualquer Bairro Social. 

A continuar assim, a Madeira acabará por se um ghetto de estrangeiros, a viver em zonas de luxo, cercados por madeirenses a viver em Bairros Sociais. É difícil de imaginar este cenário?

E o que dói é que são esses mesmos jovens, que continuam a viver na casa dos seus pais, que alimentam indiretamente, com os seus impostos, a máquina da Construção Civil que constrói casas de luxo para estrangeiros. É a lei do mercado? Que Estado deixa o seu povo chegar este ponto?

No fundo, Miguel Albuquerque é mais um sem-abrigo que parece esquecer que a Revolta da Madeira de 1931 foi precedida pela Revolta da Farinha.

Enviado por Denúncia Anónima.
Terça-feira, 3 de Maio de 2022
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira