Já não sabem onde inventam obras

 

A Madeira está cheia de gente honrada que se vendeu e é corrupta mas fazem a mesma cena de alguns  "pobres", os realmente pobres têm vergonha mas há outros que não o são ou são remediados que não se importam de se exibir como pobres para terem benefícios. Nesta situação, há políticos com pretensões de chegar ao poder que em campanha eleitoral se exibem moderados, remediados mas, mais cínico do que isso, sabem a cartilha toda da verdade para conquistar votos, depois voltam ao esquema. Uma e outra vez o madeirense foi em cantigas, uns porque são estúpidos outros porque votam zelando pelos seus interesses pessoais depois de se venderem, o contrato de lealdade na trapaça e no tapa rabos de palha por terem recebido benefícios para mudar de atitudes ou porque caíram na dependência. São os que votam obrigados por emboscada mental. É que o voto é livre e isto faz-me lembrar vezes sem conta numa senhora que vi há dias em Kiev vinda da Rússia, dizia que era um erro do ocidente separar Putin do Povo Russo (link). Com cada ambiente à sua dimensão, tanto Rússia como Madeira partilham o mesmo caminho de autocracia de tudo controlado.

O problema da Madeira está naqueles que usufruem fora do mérito e das regras e que protegem um Governo Regional que os comprou com um benefício para todo sempre, um emprego, um apoio social, até simples cunhas para que o caos dos serviços públicos o atendam. Na Madeira, tudo o que está errado e desorganizado é mote para aumentar o problema, quando a natureza precisa de manto vegetal é o betão que resolve com "brutais" toneladas de faturação, quando os serviços estão em falência é se vender à cunha que resulta e degenerar numa privatização a um amigo ou oligarca. É assim que se mata a democracia, transferindo-a para ordens dos oligarcas. Temos 46 anos disso e perspetiva de mais 18. Ainda vão pedir Lei Eleitoral própria ...

Uma sociedade sem bitola de mérito constrói injustiças e, são os injustiçados ou outros que pura e simplesmente têm carácter e espinha dorsal, que irritam profundamente o poder ao ponto de chegar ao ódio nos seguidores mais fracos. Andamos num tremendo jogo de fingimentos onde gente que se vende não quer perder o pedestal da honra e da verticalidade, assim, todos os dias vemos um cinismo tenso e irritado que enfrenta quem não se vendeu. Alguns preferem desaparecer, por vergonha, mas há outros que têm um orgulho doentio sem pedestal.

Há muitos que aceitam o ridículo, os jardins zoológicos e a "máfia no bom sentido", como a melhor defesa é atacar, passam os dias a criar inimigos internos e externos. Nunca assumem a culpa de se terem vendido em lugares chave, poderiam ter crescido naqueles que ainda são verdadeiramente honrados mas preferiram manter a boa vida, num ambiente de vencedores no chico-espertismo. Preferiram não cair ou mudar e manter boa vida compactuando. Não cabem dois proveitos no mesmo saco.

E, depois de tudo isto chegamos à notícia, o segundo túnel é um exagero perante factos na demografia e no desenvolvimento humano e económico. Eu e tu (aqui comporta vendidos ou não) sabemos que é mais uma ideia para promover obras, dinheiro e fazer ricos na Madeira, não é uma necessidade. Necessidade são por exemplo lares, mas não há dinheiro e há outra panelinha esquemática entre membros do Governo e o transferido para edil com a privada. O dinheiro para lares existe na Venezuela, alguns lá andam a se pavonear há muito tempo, não com pena dos lusodescendentes mas a caçar votos. Dinheiro existe para o novo quintal no empreendimento do verdadeiro Presidente do Governo, o que toma a centralidade das fotos nas obras (muito dizem). Dinheiro existe para manter 50% do orçamento regional para obras com os serviços públicos em colapso e depois berra-se como cortina de fumo por dinheiro e calotes de Lisboa.

Por este andar e desde o espaço, a Madeira será um dia preta e cinzenta, obra dos obreiros a "obrar" na Madeira Nova, mentirosos descarados que um dia disseram que já bastava de obras porque não tínhamos orçamento que conseguisse mantê-las no futuro, que já estávamos infraestruturados, mas o modelo cristalizou e não sabe governar ou "enriquecer" de forma diferente. As obras fazem pobres e dívidas, a massificação do turismo é um erro e os hotéis monstros determinam infetar a paisagem e abrir precedentes. Com pobres não temos massa critica, sem classe média não temos ousadia. Exportar os melhores jovens serve a manutenção da narrativa, dizer que somos sempre os melhores do mundo é uma certeza de que o madeirense não sabe dimensão deste, nem repara que nada inventamos ou produzimos a não ser ricos da máfia no bom sentido. A pandemia provou.

A besta Vicentina das Ginjas quer estrada e quer túnel, não para o desenvolvimento, pare e pense, ele está focado nos milhões e fará o mesmo exibicionismo de vómitos da recente parceria Albuquerque e Calado no Funchal. Só o verdadeiro presidente une. Os lugares idílicos que se vendem ao turismo exibem natureza, poderíamos ser uma pequena Suíça mas vamos a caminho da América Latina. Nunca fomos Europa naquelas tiradas de qualquer coisa do Atlântico, já repararam?

Agradeço a quem leu meu texto até ao fim, são os que importam, os outros de imagens e títulos são as bestas convencidas que mantém este estado de coisas. Também não é por acaso que se criou um povo sem conhecimento para manobrar, viciado em pão e circo.

Enviado por Denúncia Anónima.
Quinta-feira, 5 de Maio de 2022
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira