Eu vejo os jornalistas mais preocupados em estar a bem com o poder e os patrões, para preservar o vencimento, do que se sente iniciativas para acabar com o controlo da informação. Eu não sinto a mensagem de Gabriel García Márquez numa terra de balão tenso com 46 anos, a acumular suspiros, por um jornalismo de investigação. Mas dizia ele:
Porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte.
O verdadeiro jornalismo deve defender aqueles que não possuem voz, em vez de calá-los ainda mais. Para quando esse jornalismo que vasculha sem deixar pedra sobre pedra nesta terra, em vez da vitimização contra aqueles que anseiam por ele e que fazem critica a ver se o jornalismo se liberta? O bom jornalismo regista factos que, no futuro, serão contados nos livros e serão guardados por gerações. O jornalismo deveria escrever a cada dia as realidades que estão na base da história. Que qualidade deixarão para os futuros historiadores? Provavelmente o poder sabe que sem jornalismo não há revolução, mudanças ou alternâncias, o quarto poder não é um mito mas um catalisador, onde anda o nosso? Substituído pelas redes sociais.
O jornalismo é uma profissão nobre que carece de carácter, inteligência e ética, fundada na verdade e não no consumismo da propaganda de falsos seres providenciais. Só depois vem o código deontológico. Dizem que a imprensa é a voz dos oprimidos e o terror dos malfeitores mas infelizmente se descobriu que informação é um negócio, a verdade deixou de ser importante. Oligarcas na informação não projetam uma sociedade justa e também não alimentam virtudes que, como se vê, está em decadência na Sodoma e Gomorra do Atlântico.
Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 4 de Maio de 2022
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