A Festa da Flor e o ferry

 

Cuidamos mais dos carros do que das flores,
os carros invadem a "Flor" porque não temos flores.
Se Deus te der limões, faz limonada.
Se calhar temos mais matéria prima para um evento com carros.
Outros temas virão com as elites da Madeira,
talvez um certame com a melhor piscina privada.
Quem se dedica a betão espera ter Festa da Flor?

A nossa Festa da Flor tinha a dimensão exata das nossas capacidades e, naquela semana, o ambiente era pleno de flor e entusiasmo. Depois a ganância quis esticar o sucesso e metemos os dois pés na poça e fizemos caca. Eu digo todos e não só o Turismo, todos aceitam a mentira porque é crime de lesa a pátria ter uma critica contra o Governo e a Madeira. É por isso que ano após ano enterramos a Festa da Flor.

Para começar, não temos produção nem a que temos aguenta para tanto tempo. Podemos fazer uma produção coincidir com a Festa da Flor, por uma semana, mas não por um mês. O governo ainda não manda nestes seres vivos e na natureza. A solução é importar mas, nem para isso há dinheiro para aguentar um mês a renovar flores.

Todos embevecidos com o quadro, de facto, visto pelo "belo" está, mas vamos olhar mesmo, a Festa é da Papoila e das Hydrangeas coloridas (Novelos), estas últimas banidas como infestantes das bermas das estradas da Madeira e que agora têm erva, de vez em quando, morta com Glifosato? Qual é a filosofia da Festa? Tem?

O único verdadeiro chão de flores foi importado perante a miséria em que já vão (vai) os tapete(s) florais da Arriaga?

É evidente que a Madeira não tem aliciante para uma economia de escala, que entusiasme os produtores a expandir e a produzir mais com a intenção de exportar, pelo menos para o continente. É evidente que o continente tem as suas produções mas nós tínhamos nicho de mercado para algumas espécies ditas da Madeira, que o nosso clima permite. O continente, por intermediários, envia mais flores para a Madeira do que o contrário.

A economia de escala atingia-se com um ferry que em 24 horas colocava a nossa produção no continente, em condições excecionais de exportação e tempo de viagem (menos de 24 horas), que um avião, mesmo sendo mais rápido, não consegue e não tem preço. Eu estou a falar para começar enviando para o continente. Então a ilha das flores o que exporta para o próprio país? Portanto, alguns monopolistas da Madeira destroem 3 vezes a economia da Madeira com beneplácito deste GR que asneira na Festa da Flor, a de cingir a porta-contentores que não respondem a tudo, aos custos dos fretes e ao aumento dos custo dos bens (para produzir flores) e o respetivo poder de compra.

Com uma economia de escala, com o ferry, teríamos mais produção para sonhar com a extensão em tempo para uma Festa da Flor com flores e maior. Estamos a mingar porque a produção cinge-se à expetativa de produzir para a hotelaria, festa da flor e momentos altos da nossa vivência anual como do dia dos namorados, o dia da mãe, o Natal. Estamos a governar para encher os hotéis dos amigos mas não para a Festa da Flor.

Quando um Secretário Regional compra publicidade e se vê todos os dias no Diário de Notícias a vender propaganda, chegamos a um momento de simbiose para a estupidez, sem pingo de crítica, e isso MATA a Festa da Flor que se vai arrastando com plásticos, adereços, vinil impresso, espaços de fotografia sem uma única flor verdadeira, barracas, com a promoção daquilo que não produzimos para exibir (papoilas, hydrangeas,etc), muitos tecidos e carros. Esta Festa da Flor é uma burla, se você quiser ser verdadeiro e "comprar". É que a bolha da Madeira esquece-se que o turista que chega é mais culto e viajado do que o madeirense, daí a asneira.

Estamos há vários anos neste erro, estamos a mentalizar o turista de que não vale a pena (eles têm opinião meus amigos, não adianta escolher gente), quando a Madeira acordar, levaremos o mesmo número de anos para refazer a casa. Vamos penar muito por cada ano sem pingo de crítica à Festa da Flor, talvez numa era de gente dedicada que vai partir pedra.

A secretaria do turismo tem culpa, a comunicação social tem culpa e o povo tem culpa, cada um autocensura-se e o maior responsável, como sempre, pavoneia-se.

Por incrível que pareça mas explicado, metam o ferry na linha para sairmos do marasmo.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 16 de Maio de 2022
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