Hospital Nélio Mendonça: não à violência obstétrica

 

109 carrinhos de bebé na praça central de Lviv (18-2-2022).
Simbolizam as 109 crianças mortas em 3 semanas de guerra.

Na Madeira, andamos em guerra com a humanidade.
É uma oportunidade para refletir.

E stive internada no serviço de puérperas para o que seria o melhor acontecimento da minha vida, o nascimento do meu filho. Na sala de partos, apesar do medo e tendo em conta o que agora se tem vindo a falar: "não à violência obstétrica", os receios eram muitos mas pelo contrário, a equipa foi excelente e tenho de agradecer a enfermeira Lídia... pois foi um anjo na terra.

Agora do mesmo não posso falar da equipa de enfermagem ao serviço de puérperas. Arrogância, prepotência e acima de tudo falta de ética. Ficamos com a sensação de que o médico pediatra diz para estas enfermeiras que é tudo "ruído". Queria muito amamentar o meu filho e foi tão doloroso... Na preparação para o parto assisti a muitos workshops e pensei que estaria preparada para o bom e para o mau, mas na certeza de que qual fosse o caminho, teria ajuda de quem diariamente trabalha e é pago para tal. Devo dizer que naquele serviço de puérperas contam-se pelos dedos de uma mão as enfermeiras que efetivamente demonstram competências para tal. Quer profissionais quer humanas.

A descrição que já se ouvia do serviço entre as grávidas já não era boa, muitas das minhas "parceiras" de gravidez até tinham escolhido o parto no privado exatamente devido aos rumores... Que vim a constatar que não são!!!! Eu queria muito amamentar, a ajuda foi quase nenhuma... Os olhares do género "não tenho tempo para estar aqui" eram facilmente descodificados. No dia de manhã, a seguir ao parto, o pediatra veio fazer a visita e perguntou pela amamentação a qual respondi que não estava a correr bem e que inclusive já tinham dado o biberão. Ele disse que ia pedir ajuda da terapeuta da fala, e eu fiquei com alguma esperança, uma vez que um dos workshops que fiz tinha sido exatamente sobre isso. A enfermeira que lá estava foi extremamente desagradável com a chamada da profissional. Agora já queria ficar ao pé de mim para ajudar e eu disse que não, que agora queria ser observada pela terapeuta. Se há anjos e se há magia nas mãos de quem trabalha com o coração é sem dúvida a terapeuta Ana. O apoio que deu no hospital e depois da alta não há gratidão, consegui amamentar exclusivamente. Esta é uma chamada de atenção... se não se sabe trabalhar em equipa em prol do utente. Aquele serviço é degradante e é composto por pessoas que nem profissional ou humanamente são competentes nem empáticas. 

Ao Dr. Zé Luís agradeço pelo seu cuidado e pelo excelente profissional. A terapeuta Ana que possa e que lhe deixem continuar a fazer magia.

Eu penso que neste hospital a "violência" é um facto no puerpério. A direção clínica deste hospital e os responsáveis deveriam perder tempo para ver o porquê da taxa de amamentação na Madeira ser baixa. Seremos assim uma região tão desenvolvida na saúde o quanto a pregam?

Enviado por Denúncia Anónima.
Sexta-feira, 18 de Março de 2022
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