N a moderação está a virtude, sem dúvida. Ainda fico incrédulo sobre uma série de coincidências de verdadeira sorte para Portugal. O nosso país tinha um Governo de Geringonça, PS, BE e PCP, e porque o radicalismo exagera, o querer mais e mais, mesmo que impossível para o Estado segurar, só para vitórias políticas, a esquerda mais radical passou a linha vermelha.
Na altura, ainda com perspetivas de crise da pandemia e sem saber a económica por onde ia, toda a gente ambicionava regularidade, serenidade, quotidiano e condições para trabalhar mas, como os políticos tantas vezes têm o seu vencimento assegurado, não percebem minimamente que provocar eleições só traria condenação. Em parte, é assim que se explica a vitória com maioria absoluta do PS de António Costa, o castigo a BE e PCP, mas também e, lamentavelmente, o crescimento da extrema direita em Portugal. Um momento de exagero o que permitiu! Hoje, é a tomada de posse do Governo da República com nova composição da Assembleia da República consumada. Gostei da clarividência e o preto no branco do seu Presidente eleito.
Nós por cá, continuamos sempre na mesma, serenos, colaborantes, vendidos, a maioria gosta disto, está bem. Consegue-se porque quem está mal muda-se e emigra, ficam os interessados a votar. Nós por cá nada muda, até que um dia tenhamos um colapso monumental porque nada disto está bem ou certo.
Contudo, e apesar de não ser apreciador do indivíduo, acredito que alguns vivem uma vida para ter um momento rápido de utilidade, é o caso. Carlos Rodrigues, na ALR, rebaixou o PCP ao seu jeito peculiar mas, desta feita, ninguém foi capaz de recriminar, falar pelo menos de bom senso ou de uma atitude democrática. Foi um sintoma. Na imensa maioria, muito maior do que a do PSD na ALR com o CDS, estamos magoados por ver no PCP a mesma mentira insolente de Putin. Que também o PSD tem muitas vezes, aquele finca pé... para não perder o pé. O orgulho no erro porque quero, mando e posso de não dar o braço a torcer. O PCP, depois do CDS por cá, com tantas criticas feitas ao PSD Madeira, acabam por ter exatamente a mesma atitude mas com ainda menos argumentos porque a sua prestação é medíocre e depois não mobilizam para fazer coro. Como faz o PSD.
Carlos Rodrigues enxovalhou o PCP através de uma intervenção na ALR, dirigindo o recado a Ricardo Lume, para ser pombo ou mensageiro, pela sua posição em relação à guerra na Ucrânia, pela condenação eleitoral (que até fez crescer a direita) mas também serve para avisar. O PCP local, que nas Autárquicas fez uma campanha a beneficiar o PSD, atacando a esquerda ou os independentes, está sem ninguém para lhe deitar a mão. O PCP tem seus dogmas e empecilhos mas parece ainda mais contaminado por aqueles programas dos parvos na RJM.
As voltas que o mundo dá, subscrevo Carlos Rodrigues, até no modo exagerado. Vamos vendo contorcionismos calados, mas chega um momento que o bruto indignado tem o seu lugar. O PCP está a favorecer o PSD em eleições, corroborando no falso pluralismo, e estes últimos dão mostras de estar seguros de que agora vai o PCP de patins. Aquele único lugar do PCP está em risco e a receita vai ser a mesma do continente. Confirmando-se, o erro é absolutamente exclusivo do PCP. Nada que não se resolva em sindicatos amestrados, o PCP também se cala com favores.
Enviado por Denúncia Anónima.
Quarta-feira, 30 de Março de 2022
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