O madeirense produto da política


P arece que só quem está fora deteta todos os contornos das atitudes que perduram por décadas e que estão a isolar cada vez mais os madeirenses do resto do mundo. Os partidários do poder estão cada vez mais arrogantes e insolentes, mas o madeirense aceita a justificação política de que os de fora lhe desejam mal e é incapaz de apreciar que o Governo Regional fartou muita gente com os seus insultos que amalta já não nos ligam, dão-nos desprezo. Quando se acham centro do universo afinal os outros não estão nem ali.

Existe um bairrismo doentio oriundo da instrumentalização do "povo superior", parte do pressuposto de que na Madeira tudo se inventa, se produz, se organiza e gere como os melhores do mundo e de que a nossa inteligência é superior, quando aqui não se inventa nem fabrica quase nada e se pretende que a arrogância incutida nas pessoas faça aderir ao bairrismo primário de rejeição de todos. Esta coisa do maior, melhor, superlativo, ostentação e cotoveladas para ser alguém por becos portas e travessas é um sintoma de inferioridade com necessidade de se exibir. 

É impressionante que um povo superior não tenha por característica intrínseca a leitura, todos percebem e sabem de tudo. É impressionante a fuga ao conhecimento e o delírio pela futilidade, como se maçam com pouco quando são superiores. É notória uma superioridade na senda do medo, quem não tem desconhecido ou imponderável, quem tem independência e conhecimento não tem medo.

É incrível que o madeirense seja manipulado durante 40 anos sempre com as mesmas esparrelas e não suspeite da riqueza de alguns e da pobreza em crescendo de outros. De como é condescendente e até vota em quem lhe faz mal e ataca quem está a seu favor. De como prefere o chico-esperto em detrimento do decente e bem formado, de como foge aos assunto e é fraco na adversidade, tem até ódio de quem traz assuntos a debate para que se resolvam.

É lamentável a falta de capacidade critica sobre aquilo que vê e vive, numa região onde pouco ou nada funciona por conta dos sectarismos e corporativismos que tomam conta da ilha, de um governo incompetente, da clausura para privilegiar os grupos económicos do poder nas mais diversas áreas, inclusive de transportes numa ilha. É impressionante como são superiores mas têm monopólios e odeiam a livre concorrência.

Tudo se justifica martelado, sendo ardiloso e cínico, quem responde insolente e jocoso é um herói mas ao contrário ... já desejam tudo certinho e contado. Impressionante como tudo não é bem assim, é impressão tua, tudo é teoria da conspiração e do medo, tudo é aldrabado, ninguém confia em ninguém e tudo é suspeito, para uma pergunta responde-se com outra pergunta.

Que ambiente criaram com a política, um ambiente muito pesado, de falsos e sonsos, amigos sem demonstração na hora da verdade. Isto serve para férias mas para viver não. O madeirense é uma avestruz e nunca vai resolver os seus problemas quando se deixa manipular pelos seus carrascos. A política exacerbou a condição de ilhéu e estão paulatinamente a tornar o madeirense psicologicamente inapto à convivência, vai deixando o prazer de estar, de conviver, de tolerar, há cada vez mais violência a vários níveis, usar e deitar fora, o interesse doentio. Mas se gostam, como bem dizem, quem está mal que se mude. Percebe-se muito bem o que fica no peneiro.

A continuarem assim complicadinhos nunca vão crescer, o mundo tem outros assuntos muito mais importantes para tratar.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 5 de Fevereiro de 2022
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira