Projetando, comparando e comentando os resultados na Madeira

M iguel Albuquerque e Rui Barreto encheram os seus discursos da noite eleitoral com tretas, apontam para todos e não olham para si. O país vai no mau caminho com os socialistas a pintar integralmente o continente e os Açores de rosa mas a Madeira, região com mais pobres em Portugal, lavandaria mundial e placa giratória de armas vai no rumo certo. Albuquerque e Barreto, assim que se viram com um 3-3, menos mal, antes dos resultados finais e oficiais dessem azo a mais perguntas difíceis, falaram rápido para zarpar. O PSD e o CDS a nível nacional estavam a pegar lume com duas demissões, uma sugerida e outra confirmada, com o IL e Chega a "limpar". Os "nazistas" serão os próximos a dar a mão ao PSD-M? E o PS-M como se portou?

Se projetarmos o resultado Nacional desta última noite numas possíveis Regionais, temos que o CDS-M desaparece na Madeira absorvido pelo PSD-M (não é agora que vão concorrer sozinhos, estes líderes são os coveiros). O Chega-M é claramente a próxima bengala do partido do GR onde descobriremos, por exemplo, como é que vai ser anti-sistema, anti-emigrantes, anti-subsídio-dependência com o PSD-M. Falam grosso mas amaciam com o poder. Assim, a direita na Madeira repetiria o resultado dos 24 deputados (maioria absoluta) com os 21 do PSD-M e os 3 do Chega-M, sem mais leituras, ficando ainda o deputado da IL disponível. A Esquerda perfazia 22 com PS, JPP, BE e PCP. É evidente que o PSD-M vai esbracejando mas ao fim de 40 anos, este PS-M, valha-nos Deus!

Enquanto o PS a nível nacional esvaziou todo o centro-esquerda, onde creio que as sondagens da última semana, a dar empate técnico, assustou os portugueses que depositaram o seu voto útil numa maioria confortável do PS, já o PS na Madeira não conseguiu acompanhar a tendência do resto do país, mantendo-se como o única região onde o PSD venceu e onde o PS perdeu votos. Na Madeira, apesar do PS cantar vitória porque manteve 3 lugares, na realidade perdeu mais de 3 mil votos em contraciclo com todo o país.

O PSD, com o CDS como partido de estimação, numa campanha onde a máquina deu falta de comparência, cumpriu os mínimos, parecendo que quis mesmo não eleger o quarto deputado do CDS. Provavelmente por posicionamentos regionais de tropas internas, que se denunciarão já na luta pela liderança ao PSD nacional (Calado/Montenegro - Coelho/Rio - Albuquerque/Ranqel). Mas também não nos esqueçamos do Congresso Regional do PSD em que Albuquerque vai mostrando que vai coligado, mas usa e abusa do CDS, conseguindo estancar os "tachos" à boleia.

Eis o quadro comparativo dos resultado das Legislativas Nacionais projetados em Regionais:


Madeira foi o único círculo onde o PSD ganhou e o PS perdeu votos: as contas começam a mostrar algumas curiosidades. Em todos os círculos eleitorais o PS cresceu a votação – em alguns, o PSD também, mas a menor ritmo – menos na Madeira. Por ali, o único círculo em que o PSD ficou em primeiro, o PS perdeu mais de três mil votos. Mesmo assim conseguiu segurar os três deputados que tinha eleito em 2019, os mesmos que o PSD/CDS. (Expresso link)
E no Funchal de Calado e seus jornais?


Contas redondas, se havia bipolarização nestas eleições, tal como nas outras Autárquicas, elas valeram contudo menos 10.000 votos quando as eleições estavam por conta da máquina de Albuquerque e Cafôfo. No Funchal, fica evidente a falta de entusiasmo nestas eleições quando comparadas com as últimas autárquicas. A mesma coligação PSD/CDS de Calado perde 5 mil votos em cinco meses, já tinha sido evidente ao longo do dia eleitoral a falta de mobilização, sem caciques laranjas com listas na mão a arregimentar eleitores nem carrinhas do SESARAM a circular a todo o gás.

Já o PS no Funchal, perdeu cerca de 1200 comparando com as autárquicas. A Confiança de Miguel Silva Gouveia valeu no Funchal mais 1500 votos do que os partidos agora separados obtiveram. Entende-se porque a presença do antigo edil gera tanta vontade de "óbito político com luto". É uma sombra com crédito e os números estão no quadro.

Outro pormenor, se o líder do PS-M se demite quando a coligação que apoia perde nas Autárquicas mas segura 40% do eleitorado no Funchal, o que fará quando o seu partido, no mesmo Funchal, perde nas Legislativas e dá um trambolhão de 36 para 33%? Demite-se novamente, recandidata-se à liderança ou vai para o governo da República?

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 31 de Janeiro de 2022
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