Poncha amador

 

Q uando achamos que já vimos tudo, eis que nos atinge um cometa vindo diretamente do palco da placa central, montado pela famosa banda "Colchetes de Alfaiate".

Como é que se admite que um evento com regras sanitárias apertadas, devido ao contexto pandémico, que exigiu um esforço adicional a todos artistas, promotores e público em geral, sermos confrontados com uma banda que, de forma irresponsável, negligente e até diria arrogante, interrompe o concerto para num momento pseudo-humorístico distribuir poncha aos elementos em palco. Diga-se, tarefa "artística" feita por um bombeiro sapador, que toca corneta. Tudo isto perante o olhar conivente do responsável da banda, o Professor Jorge Conduto, sem nada fazer, apesar das suas responsabilidades institucionais no contexto da SRE.

É lamentável que para fazer arte alguém se preste a tão triste papel. O que não surpreende, mas entristece, perante a falta de argumentos musicais e ausência de desejada profissionalização neste setor, que tarda e que  parece cada vez mais comprometida devido ao amadorismo apadrinhado de forma vergonhosa em cartazes turísticos desta dimensão. De que serve gastar tanto dinheiro na promoção para captar turistas e depois investir tão pouco na exigência da qualidade do produto disponibilizado a quem nos visita?

E assim se pagam cachets, sem distinguir quem é profissional de quem é amador, metendo no mesmo saco quem exerce profissionalmente essa atividade, com a foleirada sazonal com que somos brindados a cada manifestação do calendário turístico, só porque quem decide quer tratar de forma igual aquilo que é diferente, e essa é maior das iniquidades.

No ano passado esta banda esteve a fazer um crowdfunding com objetivo de gravar um álbum, depois de assistir a este triste espetáculo, nos perguntamos se a verba arrecadada à conta da boa vontade de quem doou foi efetivamente para gravar um álbum ou stock da poncha.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 3 de Janeiro de 2022
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