Madeira: os melhores pobres do país.

 

T emos uma Bazuca em mãos que se designa por Plano de Recuperação e Resiliência. Desde sempre, a nossa economia move-se com Turismo e Obras. Não quero falar desta última, nem é preciso explicar o que significa metade do Orçamento da Região Autónoma da Madeira dedicado a obras, quero sim partir do facto de, em 2019, a Madeira ter 1.194 dos 5.840 alojamentos turísticos do país, correspondendo a 20,5% da oferta total, de acordo com o Retrato da Madeira da Pordata, projeto estatístico da Fundação Francisco Manuel dos Santos. Entretanto, todos sabemos que vão nascer ainda mais unidades hoteleiras e prosseguimos no betão.

Sem grandes desenvolvimentos, é facto que sempre tivemos o mesmo partido a governar a Madeira e sempre o mesmo modelo económico. Se tivesse havido alternância, estaríamos com certeza mais diversificados. Sucede que com cobras, lagartos e insultos, somos todos tontos quando temos uma opinião diferente, na verdade é a reação de quem não quer sair da zona de conforto, até porque o nosso GR, sempre da mesma cor está cada vez mais sectário e absorvido nos mesmos.

O resultado é o quadro de cima, somos os melhores... pobres do país, os outros não passam de idiotas porque não terem o mesmo entendimento e o nosso povo iludido e sem acesso a estes factos não pensa. Perante esta realidade, os ostracizados e sem oportunidades emigram o que gera novo problema, o da demografia, ficam os pobres, os que vêm e compram casa para gozar o clima e a aposentação fazem uma vida paralela. A Saúde Pública é medíocre e por isso, mas também porque o PSD regional está a privatizar para as suas clientelas, nascem Clínicas Privadas para resolver a má imagem naqueles que se instalam. Temos um mundo à parte dentro da mesma ilha mas quando se vai fazer estudos, o resultado é o de cima.

Depois de um pipeline de milhares de milhões da Europa, apoios em todas as áreas, orçamento próprio e capacidade de decidir, exceções de correção como a Lei de Meios e agora a PRR, fomos tão excecionais, os melhores do mundo, que se por ventura um país africano tivesse a nossa sorte tinha galgado muitos lugares nos seus indicadores de pobreza.

Sempre que há eleições ouço ruído, para disfarçar que somos MUITO MAL GOVERNADOS, mas como gostam, quem sou eu para ser insultado porque acham que está bem. Continuem na ignorância e alimentem-se de conversa, entretenimento, as notícias autorizadas e a áurea de cantinho do céu.

Estou cansado do "loop", acaso repararam que vamos há 40 anos nisto? Quem é o GR para decidir quem é pobre ou rico nesta Região? Com emprego, apoio, assistencialismo, ajustes diretos, etc.

A notícia demonstra claramente como o sistema económico regional está agarrado à máquina, com evidências claras através dos aglomerados de empresas satélites, de estimação dos governantes e dos seus delegados. Vivemos facilidades a coberto da política de alguns e deixados à sorte para outros. É uma terra que faz de conta, artificial e agarrada aos cuidados intensivos, sem erário público nada feito. Só é viável berrando sempre por mais e mais dinheiro, o nosso e o do país, de todos, que são injustos e contra nós se não o derem. Mas não eram de direita, quase liberais? E estão presos ao dinheiro público? As empresas que são grandes são-no porque têm monopólios ou sistemas artificiais, na qual a nossa comunicação social já reside mas finge estar em mercado livre. Nem há mercado nem é livre.

40 anos depois deveríamos estar emancipados e afinal estamos cada vez mais pobres e dependentes.

Enviado por Denúncia Anónima.
Segunda-feira, 17 de Janeiro de 2022
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