Cometer erros por não ler o legado histórico

 

L i um texto recentemente publicado no CM sobre um investimento e quero deixar umas considerações. Ontem vi na TV um investimento relacionado com galinhas, segundo o nosso Presidente com tecnologia de ponta na Ponta do Sol, porque se mexe no telemóvel em 5G e aquilo debita ovos. Se o funcionário se distrai com o telemóvel ou o tapete rola mais depressa partem-se todos. Tudo muito bem com este cagaçal. A Presidente estava satisfeita, o Presidente domesticou-se apesar de encaixar a crítica. Ficou o aviário e parece que bem localizado pela harmonia entre Câmara e GR.

Hoje, vejo polémica e comentários sobre um novo aviário às portas do Campo de Golfe (link), e apesar de não gostar de ver o GR a sustentar projetos privados dos amigos com dinheiro público (campo de golf) porque não é viável, no entanto, é um seguro da paisagem. Vou vendo como a desordem da falta de planificação e respeito por PDMs vão acontecendo. Sempre mais um atentado, sempre mais um jeitinho, sempre mais um aproveitamento pela porta do cavalo na brecha que se deixou no ordenamento com segundas intenções. Assim não vamos lá, jaulas nos mares, aviários nas zonas aprazíveis e o Gabinete da Paisagem da senhora Prada não cheira? E a C. M. de Machico não se ordena? E o bom senso? Só faltava também haver política nisto.

Para mim, o Santo da Serra é uma zona excecional para se criar uma pequena Suíça, uma "Colónia Tovar" com os nossos valores e costumes, aproveitando e replicando a traça da arquitetura de glamour que os estrangeiros que nos visitavam deixaram mas já sem a pobreza nativa. Usar a história para criar riqueza para todos. O Santo da Serra é uma centralidade com bem pouco, paragem obrigatória e feira, a sua quinta, unidades hoteleiras. Com um nadinha de cabeça aquilo tornava-se uma enchente, contemplando turismo e locais. Bem sei que há o turismo mórbido do tipo Chernobyl mas não temos espaço para isso mas vamos a caminho... Com a natureza que o Santo da Serra tem pelo seu clima e com as alterações climáticas a caminho, poderia ser um oásis. Mais daqui por uns anos vamos ver os erros à medida que o litoral seca e a reserva natural ficar na serra mas... estará inquinada. Com tamanhos interesses instalados, o Santo da Serra só tem caminho para a sua "extinção" turística e conversão para a produção primária. Ou uma coisa ou outra, este é o mesmo debate das jaulas, as duas naturalmente traduzem-se pela vitória do não aprazível. Isto não é estar contra o sector primário mas sim das localizações que têm. Que pontaria contra o Turismo quando se massifica. O secretário, neste aspeto anda sempre calado.

Por último, o investimento em aviários significa o quê? Preparação para as eleições de 2023? A carne da maioria dos pobres da Madeira? O subsídio que está a dar no momento? A oportunidade dos jeitosos que existem a mando e nos lugares?

É uma pena a destruição que o "ordenamento do território" faz. Mais valia estarem quietos.

Enviado por Denúncia Anónima.
Sábado, 29 de Janeiro de 2022
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