L embram-se daqueles passeios de fim de semana pelo Poiso em que fechávamos os vidros à pressa sempre que se passava pela Santagro? Os engulhos que o mau cheiro provocava sempre que alguém por obrigação ou por lazer percorria aquela estrada? Lembram-se que também que ali, naquelas bandas, existia um dos mais bonitos complexos turísticos, o INATEL? E, mais recentemente, devem também lembrar-se do malfadado aviário do Caniço que tantas dores de cabeça, estômago e mal-estar causou por aquelas bandas.
Pois bem, a lógica da batata mostra que não é necessário ser um Nostradamus para prever que as unidades fabris que produzem salsichas, ovos ou asinhas de frango e muitos dejetos que não cheiram a rosas, são incompatíveis com infraestruturas já existentes de lazer, turismo, habitação ou desporto. Vem isto na sequência da polémica instalada com a Câmara de Machico – onde todos os vereadores PS e PSD estão incluídos – sobre a possibilidade de ser instalado um aviário no Santo da Serra às portas do campo de golfe.
A notícia que vem hoje no Diário diz que o clube já apresentou o seu protesto junto da Câmara, mas o mais espantoso são as declarações de um impreparado vereador que tenta justificar, de forma absolutamente amadora e surrealista, o injustificável. Ora, diz o indivíduo que não vê qualquer problema entre uma coisa e outra. Aqui vai uma ajuda: Então e que tal instalar um aviário ou ressuscitar a Santagro e colocar ali à frente ou ao lado do Hotel D. Pedro em Machico? Será que assim já consegue ver ou cheirar o problema?
E demonstrando toda a sua inabilidade, diz ainda o indivíduo que afinal a culpa é do clube de golfe porque em – pasme-se – 2011 ficou calado quando se falou na construção de um empreendimento turístico lá para aquelas bandas. Se Machico tem um vereador que acha que a construção de um hotel ou de aviário é a mesma coisa, então andamos mesmo a nivelar por baixo na confiança que se dá a pessoas que não conseguem perceber as diferenças entre uma coisa e outra.
Para aumentar a trapalhada, juntam-se os novos cavaleiros andantes da oposição local que aprovaram, sem piscar os olhos, o projeto das galinhas.
E eu pergunto: ninguém pensa? Ninguém tem memória do que aconteceu com casos semelhantes? A festa que fizeram por alguém querer construir um aviário no Santo da Serra seria a mesma se instalassem uma vacaria, por exemplo, junto ao miradouro da Portela?
Haja paciência! Qualifiquem-se!
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