Um salmo de lama pelo Natal !

 


Imaginem a loucura e a irresponsabilidade de atupirem uma ribeira com este aterro e a localização do mesmo acima de habitações, unidades industriais e vias de comunicação. Visualizem aquelas imagens dos escorrimentos de terras na China, na Noruega e recentemente na Alemanha. Impensável que isto esteja a acontecer no nosso concelho.  

O INCRÍVEL E IRRESPONSÁVEL “LICENCIAMENTO” DE UM DEPÓSITO DE 1 MILHÃO e DUZENTOS MIL METROS CÚBICOS DE TERRAS LIMPAS NO CAMPO DE GOLFE DO PALHEIRO. 

J á sabemos, de antemão, que a Câmara do Funchal considera que “aquilo” é outra coisa. Mas, todos sabemos que a Câmara do Funchal licenciou uma coisa para viabilizar outra. Clarificando: Um processo e procedimentos de licenciamento com uma figura de gestão urbanística diferente, mas integrada num contexto legal diferenciado, permitiu a criação deste monumental e ilegal aterro. 

Tais manobras de leituras diagonais de pareceres e interpretações enviesadas e desrespeitadoras da lei, (PDM e RJUE) da boa arte e da idoneidade dos signatários, serviu para enganar os vilões dos cidadãos do Funchal, permitindo que ali se depositassem terras vindas das grandes escavações do concelho do Funchal, sejam dos terrenos do novo hospital seja da obra do AFA + o irmão espertalhão do Sócio Correia de Abrantes. 

Se este facto, por si-mesmo, não é indicador de corrupção... estamos todos tramados. 

Escorrimentos nos taludes do aterro do campo de golfe, onde se podem ver resíduos não selecionados de obras de demolição e tubagens de emergência (última hora), para tentar desviar água e diminuir a pressão e peso no chão do aterro. 

Operações que não “serviram para nada” pois a torrente destruiu as amarrações dos tubos e os mesmos não tinham diâmetro suficiente para a quantidade de água.   

Todas as entidades deram pareceres, mas, uns nem tocam no assunto, outros não passam de enumerações de artigos técnico/legais e outros até fogem dizendo que por ali nem passa água, exemplo do IGA, este o mais cómico de todos. 

Deste cocktail de pareceres, a Câmara do Funchal, chefiada por quem diziam que seria o futuro Presidente do Governo e que era rapaz exemplar, autorizou uma coisa permitindo fazer outra. Que pilhérica e engraçada carreira de governante lhe andavam a traçar. Ainda bem que ficou por aqui. O que ali aconteceu e está a acontecer é inqualificável.


Ribeira da Quinta canalizada passando dentro do prédio do Supermercado continente da Cancela.  

Lamas na entrada das garagens do prédio da Maxmat no Entreposto da Cancela.

O perigo é obvio. E nestes dias, estas pequenas chuvas, demonstram perentoriamente o risco de desabamento e descida torrencial de lama ao longo do curso de água da Ribeira da Quinta. Tal significa perigo extremo de perda de vidas humanas, de bens para toda a zona do Parque Industrial da Cancela e de todas as habitações e equipamentos industriais, até ao eventual escoamento “ribeira abaixo”, mas, antes levando as urbanizações de luxo da contrata. 

Uma Loucura. Um desvario inqualificável. 

Um caso criminal, pelo risco de vida que representa para aquelas populações, a autorização e posterior carga de Terras Limpas no leito de uma Ribeira. 

É fundamental que esta vereação tome “conta do assunto”.

Medidas de correção e diminuição de risco de desabamento são fundamentais, antes que chova torrencialmente ou que as terras soltas se carreguem de água e atinjam a saturação. Aí sim e nesse dia, que ocorrerá de certeza, para aquilo corre e escorre montanha abaixo, não haverá Proteção Civil que valha e a justificação que foi a natureza etc, etc, etc, etc, será insuficiente e desvalida. 

Imperdoável se aquela situação prevalecer. 

Trabalhadores da Câmara a carregar mais um carro cheio de Lamas junto a rotunda de entrada no Parque Industrial da Cancela. 

Como achega, deixo uma notificação pacífica: O aterro do Damásio (sucessores) e o da Ribeira da Bemposta, Machico e dos Prazeres na Calheta, estão “debaixo do olho” … Todas estas situações de aterro de terras e RCD´s situam-se em bacias hidrográficas ocupando linhas de água ativas. 

E a prosa do presidente do governo a dizer que não são possíveis alternativas… “…mas que se desenrasquem, que se desenrasquem, o empreiteiro que se desenrasque…” poderá ter o seu dia no tribunal público, se mortes e prejuízos ocorrerem.   

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira, 24 de Dezembro de 2021
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