Dar corda ao Natal


V ejo muitas mensagens de Natal, deste e daquele, de todos os importantes, porque fica bem para a imagem porque o conteúdo e a idoneidade não importa. Porque fica bem estar no escaparate e, quantas mais leio, mais vazio sinto. Olhando para cada uma, cada conteúdo e pensando que os jornais trazem hoje gente do regime, afinal é a mensagem cínica dos que não se importam com os outros e que fazem cada vez mais pobres, não encarnando a mensagem durante todo o ano.

De todas aquelas mensagens, uma ou outra pode ter uma frase diferente e sentida mas depois pertencem ao colaboracionismo que cerceia grande parte da verdade. O Natal encerra muito cinismo. No fundo estão eles para não estar os outros, que se abrissem a boca ecoavam as palavras que valem para tantos pobres que a Madeira tem. Terra de exigir muito dinheiro, de fazer dívida e gastar o que não pode, da lotaria da Lei de Meios ou da certeza do esquartejamento da Bazuca, a Madeira é isto, uns poucos com largos milhões e outros pobres e remediados a quem nunca chega. Muitos zelam agradecidos pela sua pobreza sem um pouco de capacidade crítica, dá pena. Entre pobres, vergados e abstencionistas anda uma verdade que não sabe a sua força.

A Madeira tem os DDT que controlam os políticos governantes. A oposição compra-se, ridiculariza-se para aniquilar, provoca-se confusões, ela não existe. À volta dos DDT existem os importantezinhos numa hierarquia pelo vencimento que auferem mas que nada produzem para o colectivo, são de novo gente que ocupa o espaço para que outros melhores não estejam, ou seja, voltamos à questão dos que escrevem sobre o Natal da boca para fora.

Dizem que este é o 27º ano que as TV nacionais passam o "Sozinho em Casa" mas nós há 40 que estamos entregues a nós próprios e, por cada ano que passa, mais a população esta arredada da mente dos governantes. A tentativa de vergar a população, para trabalhar por maus vencimentos dos amigos do poder, é a maior prova de que não elegemos pessoas para gerir o dinheiro público em favor da população nem governa para as instituições públicas. Estão completamente absorvidos a engendrar esquemas para os DDT. E compraram todos os que fiscalizam.

Gostava de viver um outro Natal mas será cada vez menos possível. Gostava que os "pobrezinhos" se enchessem de dignidade em vez de medo e fizessem a diferença em vez de se acharem em graça por terem a pobreza, a oferta, a mão no pêlo. É preciso ler o que aconteceu em 40 anos e porque passamos este Natal com o maior número de pobres de sempre e não se justifica com a Covid-19. No Natal, o "Sozinho em Casa" é sempre o mesmo, mas por nós sim passam os anos para conseguir realizar vida.

Desculpem a minha mensagem, é o que sinto, falta alegria genuína. O poder está a estragar tudo, tudo é política.

Enviado por Denúncia Anónima
Sábado, 25 de Dezembro de 2021
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