Censuras

 

Os quadros que desapareceram. Ninguém escapou ao fim de tantos mandatos: link.

É fácil censurar os outros, difícil é ser censor dos próprios actos. (Rabi Yaacov ben Shimon)

A censura, a supressão de palavras, imagens ou ideias, consideradas "ofensivas", acontece sempre que algumas pessoas conseguem impor seus valores políticos ou morais sobre os outros. A censura pode ser realizada pelo governo, bem como por grupos de pressão privados, pelo poder, até o económico. Quem considera a censura plausível não pode ser líder a bem da liberdade e da democracia: Liberté, Egalité et Fraternité!

A censura é uma supressão cíclica ou permanente, calculista, que bane, expurga ou edita (corrige) para impor ou influenciar decisões contra o interesse público e sobre qualquer material escrito ou pictórico. O censor é alguém que se acha superior aos outros, para supervisionar a conduta e a moral, para apagar material considerado prejudicial aos interesses de sua organização, do regime, da sua seita, do seu governo. É aquele que em tempos de guerra "lê" comunicações, cartas, provas, em suma que apaga ou desaparece com informação. Censor é aquele que quer alterar a história suprimindo o passado. Censura é o controle sensorial exercido repressivamente por imposição e abuso de poder.

Autocensurar-se é uma espécie de luxo. Quando dirigimos censuras a nós mesmos, ficamos com a impressão de que ninguém mais tem o direito de o fazer. É a confissão, e não o padre, que nos dá a absolvição. (Oscar Wilde)

Alguns regimes conseguem a absolvição, ou o lavar de mãos como Pilatos, atirando simplesmente a culpa aos outros ou ao elo mais fraco do rebanho, como que imolando o cordeiro ao "deus". A censura por meios do Estado, legais, judiciais, oficiais ou económicos, para restringir a expressão, é próprio de ditaduras, obtendo a subjugação dos povos, das castas e culturas, uma reeducação em favor do regime, o endeusamento de um mortal.

A censura pode ser exercida sobre filmes, áudios, escritos, história, livros, quadros, imagens, fotografias e... também sobre a imprensa para prevenir e reprimir qualquer abuso desta sobre o poder instituído. A censura aplica-se no domínio das necessidades básicas, no caso da imprensa, através da sua supervisão forçada ou complacente por imperativos do regime e do futuro político. A censura é uma forma de adulterar o futuro, a distorção da seleção natural e da dinâmica do homem livre no tempo. Assim, o censor tem todo o poder e autoridade legal ou tácita, por posição privilegiada, para exercer o dever de proteger os interesses de alguns da devastação de uma "imprensa perniciosa", por ser livre, deontológica, eclética e norteada por valores. Qualquer ideia ou escritos que não obedeçam à cartilha são um crime de lesa a pátria, por isso, o direito de exercer a censura nos jornais é plausível por alguns e, a melhor de todas, é a autocensura, o censor atinge o clímax de nada fazer e a culpa volta a ser dos outros. Faz todo sentido de se falar da Liberdade de Imprensa nos nossos dias, é preocupante um embevecimento pela supressão de ideias e informações que certas pessoas, indivíduos, grupos ou funcionários do governo, consideram questionáveis ​​ou perigosas.

Suportam melhor a censura os que merecem elogio. (Alexander Pope)

Nos nossos dias, a vigilância das redes sociais ocorre para extrair informação para depois silenciar, é a censura dos tempos modernos ou do que está para além dos livros de censura tradicionais. Os censores tentam usar o poder do governo e o dinheiro público para impor sua visão do que é verdadeiro e apropriado, ofensivo e questionável... a todos os outros. Os censores pressionam as instituições públicas, sejam elas tribunais ou bibliotecas, concursos ou decisões, os Media... um sem fim de "sugestões" normalizadas ao poder. Chegamos às Assembleias representativas ou até uma manifestação. É imperativo suprimir e remover do acesso público às informações que julgam inadequadas ou perigosas, de modo a que ninguém mais tenha a possibilidade de ler, ver ou instruir o material e se decidir sobre ele, dizem que sempre arrancado pelos tribunais. A censura quer pré-julgar os materiais para os outros. O que deves ler.

E depois de exaustivamente caracterizar, tenho a dizer que a remoção de material de acesso aberto por alguém que se acha autoridade, político, responsável ou publicitário em estratégias está na moda e existe nos nossos dias. Têm desaparecido notícias antigas e material online sobre compromissos políticos, agora é fácil, coleciona-se links por temas num Excell e a hiperligação leva ao 404. Não é mais uma caixa postal do CINM, é a falta de provas... que se vão apagando. É impossível não ver uma notícia da Euronews sobre a China e não pensar que é na Madeira, até porque das paredes de honra desaparecem as imagens dos líderes que democraticamente merecem respeito... porque deram anos da sua vida à causa pública.  Os media locais, subjugados e que tanto visitam, nada vêem. Quem nunca censurou... nem que seja atitudes, que atire a primeira pedra, até na pena eclesiástica houve e privaram-se os fiéis dos bens espirituais, vem daí a "pobreza de espírito".


É próprio das censuras violentas tornar credíveis as opiniões que elas atacam. (Paul Valéry)

Pode ser que os quadros apareçam, a primeira iniciativa do mandato de um egocêntrico foi limpar-lhes o pó. Pó lembra-lhe coisas tristes, também desapareceu com ele...

Enviado por Denúncia Anónima
Quinta-feira, 23 de Dezembro de 2021
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