Água e Lixo sobem a 1 de janeiro

 

J á nos habituamos a que os preços dos bens e serviços subam em janeiro de todos os anos acompanhando os índices de preços do consumidor e a inflação. Se tudo isto é expectável, o que não pode ser aceitável é que se isente do imposto de Derrama meia dúzia de grandes empresas cujo pagamento não iria levar à falência nenhuma delas.

Pelo contrário, onera-se milhares de cidadãos com um aumento, que se apelida de residual porque convém, mas que no global é um grande encaixe financeiro para o Município do Funchal, ou seja, isenta-se os ricos e cobra-se aos pobres que precisam de água para viver.

Mas o motivo que me faz escrever neste último dia do ano não são os aumentos dos bens essenciais mas sim a manipulação das notícias que, pelo facto de serem verídicas, não isenta a consciência de alguns jornalistas que fazem a notícia.

Senão vejamos. A redução do preço da Eletricidade de 2.2% teve direito a um chamariz de primeira página mas o aumento do preço da água em 0.52% ficou-se lá pela quinquagésima página dos nossos matutinos, isto é, a diferença de 1.68% das duas notícias teve um tratamento muito diferente nos editoriais.

Tudo isto passaria despercebido, se não fosse o resultado esperado de um plano maquiavélico orquestrado pelos que estão no poder.

Mas vamos a factos.

É um facto que os dois jornais que se publicam na Madeira estão nas mãos de acionistas de empresas que vivem dos dinheiros públicos, a quem interessa um regime o mais estável possível, que lhes garanta um volume de negócios crescente.

É público que, muito recentemente, um dos jornais foi adquirido por dois desses grupos fazendo parte de um plano diabólico para controlar toda a imprensa regional - o que nunca tinha sido conseguido por Alberto João Jardim face à resistência dos antigos acionistas - um claro exemplo de que o dinheiro fala sempre mais alto. O jornal não era viável mas agora é? Com que dinheiro? Quem é o louco que investe para perder dinheiro?

O tempo passou, mas o problema é que mesmo com os novos acionistas, o referido jornal continuou com a linha editorial a que nos tinha acostumado durante décadas, e foi necessário recorrer ao Plano B.

O plano B foi despedir alguns jornalistas da TSF-Madeira evocando a viabilidade da empresa, o que provocou a ira imediata de um dos mais ilustres jornalistas da nossa praça que o denunciou consecutivamente até à exaustão em diversos artigos da sua autoria. O que passou despercebido à maioria da população é que a esposa do referido jornalista fazia parte da lista dos despedidos e isso não pode ser considerado um mero azar do destino porque foi tudo calculado ao pormenor!

Pedro Calado, como pessoa integra e honesta que é, sentiu muita pena da jornalista e nomeou-a para sua Assessora de Imprensa, uma do grupo de 4. Que pessoa solidária! Então a jornalista é dispensável da TSF mas é uma mais-valia para a sua promoção política pessoal?

Perante este novo cenário, o jornalista, como qualquer ser humano que precisa do emprego para sobreviver, ficou inconsciente, manietado na busca da verdade e nas notícias que promove como verdadeiras aos seus leitores. A partir dessa data, o jornal começou a mostrar indícios de flacidez promovendo sistematicamente o samaritano Pedro Calado em detrimento do próprio Governo Regional. Que o jornal deixe de escrever sobre obras e sobre barcos até pode ser aceitável, mas que relegue todo um Governo para um segundo plano é, no mínimo, muito suspeito.

A recente nomeação de Pedro Calado para personalidade do ano à frente do vice-almirante Gouveia e Melo foi a gota de água que transbordou do copo. Pedro Calado é a personalidade do ano porque ganhou uma presidência de um Município? E os outros 10 presidentes são o quê?

É por tudo isto que a água e o lixo vão ficar mais caras em janeiro e algo me diz que Jardim vai querer mais do seu pupilo amestrado...

Um bom ano a todos.

Sexta-feira 31 de Dezembro de 2021
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