O ferry começa a ganhar vantagem ao avião

 

Mais conforto, mais económico,
o tempo de viagem é um ganho e não uma maçada,
o ferry é cada vez mais opção!
Na Madeira, com tanta opção, não queremos nenhuma!

B oa tarde, fiquei de regressar depois do artigo do autocarro de célula de hidrogénio (link) que poderia ser uma aposta ambientalmente consciente e solução consistente para a Madeira. As companhias de autocarros podem estabelecer a sua solução interna completa, sem dependência exterior, a não ser o fornecimento de hidrogénio às instalações. Quero ressalvar o seguinte ...

Um dado que deveria ter deixado como exemplo no outro texto (link). Tomando o Toyota Mirai por exemplo, em condições normais, o carro pode circular cerca de 650 quilómetros sem reabastecimento, com um consumo médio é de 0,79Kg por cada cem quilómetros. Isto consegue-se devido à leveza do carro pois não traz qualquer bateria para produzir energia. O único modelo totalmente elétrico com 650 quilómetros de autonomia à venda em Portugal é o Tesla Model S. A capacidade do Mirai é de 5,6Kg em três depósitos de hidrogénio de alta pressão. O hidrogénio convencional ronda os 1,5€ por quilo, encher os depósitos significa 8,4€ por 650Km. Agora imaginem o corte de despesas num autocarro e o benefício ambiental! Sem surpresas nas contas da electricidade como tem havido. Este assunto está arrumado.

O que me traz ao CM de novo é a total incapacidade do Governo Regional de incutir na região uma responsabilidade ambiental perante os desafios das Alterações Climáticas. Desculpem que vos diga mas estamos muito atrasados, não acompanhamos.

A primeira atitude que se viu na Europa para cortar emissões foi cortar a produção de energia por combustão fóssil, situação que a Madeira vai acompanhando com as hídricas e eólicas. Paralelamente cortou os supérfluos, por exemplo, acabar com as viagens curtas de avião e substituir por comboio. É que o preço muitas vezes proporcionado pelas companhias aéreas era em conta mas ambientalmente um horror. Conseguiu-se a adesão e extinção dessas viagens com parcerias entre companhias aéreas e companhias de caminho de ferro, é possível ver em muitas reservas de avião essas opções. Por cá a questão não se põe mas...

... atenção ao ferry! Na continuação da substituição dos transportes por outros com menos pegada ecológica assistimos a outro fenómeno no norte da Europa com a nova geração de ferries (3 soluções com muito menos emissões (até menos 65%) ou sem nenhuma emissão de gases). Por consciência ambiental, os consumidores estão a tolerar até um dia de viagem nas ligações marítimas em detrimento do avião, se o ferry for de nova geração. Isto é importante porque insere-se no nicho de mercado da linha Madeira - Continente em ferry. Ou seja, podemos captar esta nova oportunidade da mentalidade do norte na sua vinda à Madeira. Imagine alguém com um carro a hidrogénio a bordo de um ferry de nova geração, é tremenda a queda das emissões de gases de efeito de estufa. A Madeira está já à distancia aceitável para alteração de hábitos e promoção de ferry, quer isto dizer, que já era viável e agora começa a ser obrigatório para a nossa imagem ambiental para além da "paisagem"

A origem da maioria dos nossos turistas é de países mais avançados na disciplina e mentalidade ambiental, apta a aceitar soluções. A Madeira deve ser pioneira em criar soluções de viagem baratas e sem emissões para um destino com compromisso na luta contra o aquecimento global. Estamos no justo momento! É preciso deixar de apostar em betão e aplicar no futuro do turismo e da elevação da condição social com o Plano de Recuperação e Resiliência! Alguém ouviu falar de ferries novos para a Madeira? Sim ferries no plural!

O exemplo da Baleària deveria prender a atenção das autoridades com navios reconvertidos ao abrigo do fundo CEF (Connecting Europe Facility) para operar com GNL. O projeto cumpriu os objetivos do Regulamento n.º 1315/2013 no que diz respeito à eficiência, sustentabilidade e coesão, e contribui para a descarbonização do transporte marítimo. O uso de GNL nas 5 embarcações reconvertidas ou em reconversão reduz em mais de 45.000 toneladas de CO2 anuais, 4.400 toneladas de óxido de nitrogênio (NOx) e elimina as emissões de enxofre e particulados.

Somos um "aborto" do Atlântico com um governo de inchados que valem zero, só querem saber dos seus esquemas. Quando estamos na primeira fase da solução já se fala na segunda, a "altamente eficientes e ecologicamente correctas" para motores a combustão. Outro exemplo, do Japão, com 400 ilhas, a maioria habitadas:

Para este projeto, a Hankyu Ferry queria tecnologia de ponta. O Wärtsilä 31 foi a escolha óbvia para atender aos requisitos do motor, enquanto o purificador híbrido Wärtsilä é uma solução ambientalmente sustentável muito relevante para o limite de enxofre de 0,5 por cento ”, disse Takahiro Yamaguchi, Diretor, Hankyu Ferry Co.Ltd. (link)

Há opções, há financiamento e apoios e nós nem falamos dos desafios! A opção é conforto, sem problemas de bagagens, com o seu carro, com poupança, ambientalmente eficaz e inoperacionalidade reduzida a quase zero!

Enviado por Denúncia Anónima
Quarta-feira, 3 de Novembro de 2021
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