Forte do Molhe: onde pára o guindaste do século XIX

 

R elativamente à intervenção no Forte Nossa Senhora da Conceição, mais conhecido por Forte do Ilhéu (século XVII), no Funchal, e em resposta à Administração dos Portos da Madeira, que considerou perfeitamente normal o banho artificial de um “creme branco”, a lembrar um “bolo de noiva” sobre a cantaria histórica de um monumento, temos a acrescentar:

1. É óbvio que qualquer pessoa, até menos habilitada na apreciação técnica, considera aqueles trabalhos com uma notória descaraterização de um monumento classificado, um ex-libris à entrada de uma cidade da Expansão Portuguesa. 

2. Repare-se que a intervenção não se limitou à colocação de uma argamassa semi-escura nas juntas do aparelho pétreo do Forte mas, também, por um barramento quase total das cantarias, e uma plantação de camadas artificias sobre as muralhas na base do imóvel. 

3. Cremos que até os técnicos credenciados nesta matéria de recuperação do património arquitetónico estão altamente desiludidos com o “abonecamento” do imóvel, um trabalho de duvidosa qualidade e amador, que contrasta, por exemplo, com a recente recuperação do pano de muralhas do Cais da Ponta do Sol.

4. Apontando outro exemplo, refira-se a excelente recuperação do aparelho de pedra do classificado Aqueduto de Machico, uma obra supervisionada pelo experiente arquiteto Victor Mestre.

5. Desta feita, e tendo em vista discutir tecnicamente esta intervenção na sede do órgão de fiscalização governativa, estamos em crer que tanto a senhora presidente da APRAM, como o senhor Secretário Regional do Turismo e Cultura estarão disponíveis para esclarecer todas as dúvidas dos deputados do JPP. Quem não deve não teme.

6. Por último, questiona-se, também, a APRAM sobre o paradeiro do guindaste oitocentista, um outro equipamento de memória singular do património industrial do Funchal, que existia na esplanada do Forte?

Élvio Sousa

Terça-feira,16 de Novembro de 2021
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