Albuquerque refém do CDS


D epois de Rui Barreto se ter adiantado no anúncio de que o PSD e o CDS iriam se apresentar juntos ao eleitorado para as legislativas de janeiro, Miguel Albuquerque veio confirmar o mesmo. Das duas, duas. Ou Miguel Albuquerque não quer ostracizar o CDS porque as eleições nacionais não valem nada para ele e quer manter Rui Barreto por perto até 2023 para manter o governo, ou pretende com isto esperar pacientemente e puxar o tapete a Rui Barreto apenas em 2023.

Com o PS destroçado pela saída de Cafofo, o PSD não precisava de engolir sapos com uma personagem que, segundo a última sondagem do JM, deu um tombo na preferência dos eleitores.

Seja qual for a estratégia de Miguel Albuquerque, o militante do PSD começa a fixar perplexo com a submissão do PSD a um pequeno partido, que há dois anos valia 5% por ser alegadamente da oposição e que se calhar agora nem deve valer um terço dos votos que teve em 2019.

O PSD de hoje é um partido autista cheio de expedientes manhosos de José Prada, mais interessado em manter um núcleo de famílias de bem no poder, mas que ainda não percebeu que para ganhar é necessário ter a maioria do povo do seu lado. Não tenhamos dúvidas que a nova elite do PSD, de gente de "bem", acha que o povo continuará ignorante e fiel aos valores de um partido social democrata com o qual se identifica cada vez menos.

A esquerda de hoje já não é o papão de há dois anos e o PSD vai perder uma oportunidade histórica de enviar o CDS para o seu lugar, isto é, definitivamente para a oposição. Já todos percebemos que Rui Barreto está politicamente queimado e estou convicto que o PSD, a ir a votos com o CDS, até perde votos. A ver vamos.

O PSD sempre teve uma identidade própria com o apoio das bases populares que lhe dá o voto, mas a preferência para uma nova personagem política como Pedro Ramos - que nem político é - é um claro indicador que a personagem de menino queque está gasta. A continuar assim, de arrasto para a lama vai também Pedro Calado, mais interessado em ser poder a qualquer preço do que defender os militantes e os eleitores do PSD que continuam a acreditar na vinda do messias.

Nisto tudo, a mais que evidente simpatia popular pela figura de Pedro Ramos deve ter abalado os egos de Miguel Albuquerque e de Pedro Calado que obviamente não vão perder tempo e afastar aquele que podia ser um forte candidato popular do PSD em 2023.

A sorte do PSD é que a maioria dos seus fiéis eleitores, que não vão votar neste PSD, irão provavelmente votar em branco ou abster-se nas próximas eleições. Contudo é perigoso pensar que a sorte é eterna!

Quo Vadis PSD?

Enviado por Denúncia Anónima
Sexta-feira,12 de Novembro de 2021
Todos os elementos enviados pelo autor.

Adere à nossa Página do Facebook (onde cai as publicações do site)
Adere ao nosso grupo do Facebook: Ocorrências CM
Segue o site do Correio da Madeira